O Mercado Livre dá mais um sinal de que irá ampliar atuação no segmento de criptoativos. A empresa acaba de anunciar investimentos, por meio do Meli Fund, seu braço de capital de risco corporativo, no Grupo 2TM, controladora da Mercado Bitcoin, e na Paxos, uma plataforma de infraestrutura blockchain, que passou a atender recentemente o Mercado Pago – fintech do Mercado Livre –, além de ter empresas como PayPal, em sua base de clientes.
Os valores dos investimentos não foram divulgados. No caso do 2TM, os aportes serão feitos por meio de aquisição de ações e da Paxos, a informação é de que a negociação foi “estratégica”.
Desde o começo de dezembro, por meio dessa parceria com a Paxos, o Mercado Pago – que responde por mais de 30% do Mercado Livre — vem oferecendo aos usuários brasileiros acesso a compra, retenção e venda de criptomoedas (bitcoin, ethereum e stablecoin USDP) por meio de suas contas digitais, com transações a partir de apenas R$ 1 (menos de US$ 0,20).
Em uma tendência que só cresce no Brasil, o Mercado Livre informou, em nota, que tem acompanhado de perto a evolução dos ativos digitais e da tecnologia blockchain em todo o mundo e essas parcerias ou investimentos favorecem no engajamento a esse ecossistema.
“Como uma empresa líder em tecnologia, estamos avaliando ativamente as diversas inovações e oportunidades ao redor desse mercado à medida que ele evolui, visando ser um participante central dessa disrupção”, afirma Andre Chaves,vice-presidente sênior de estratégia e desenvolvimento corporativo do Mercado Libre.
Mercado aquecido
De fato, é um mercado que vem se expandindo e atraindo investidores. Exemplo disso é a Bitfy, carteira multiuso e sem custódia de bitcoins, uma captação de R$ 13,3 milhões. Foi a terceira captação da empresa. Com este aporte, a empresa chega a R$ 120 milhões em valor de mercado.
Além disso, o olhar para o próprio mercado brasileiro também é crescente. É o caso da Transfero, empresa de soluções financeiras baseadas em tecnologia blockchain com sede na Suíça, que anunciou em novembro a expansão de sua atuação para o varejo no Brasil com o lançamento de uma plataforma para compra e venda de criptoativos.
A empresa, que já conta com cinco anos de atuação no mercado B2B de ativos digitais — com impacto em 250 mil clientes diretos e indiretos –, enxerga que há hoje um ‘gap’ das plataformas para atender principalmente os investidores iniciantes, que enfrentam mais dificuldade de lidar com diferentes mecanismos de transações do que, obviamente, os experientes no mercado de capitais.
Isso para ficar em poucos exemplos. Mas há tantos outros players neste mercado, como Zro Bank, Alter (comprado pelo Méliuz este ano), Uzzo Pay e Wuzu.
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