Na Creditas, prejuízo sobe 84% em 2021; receitas crescem 159%

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A Creditas acaba de publicar os resultados do quarto trimestre e do ano passado inteiro. No período entre outubro e dezembro, a fintech de crédito com garantia teve prejuízo de R$ 137,6 milhões, mais do que o dobro na comparação com igual intervalo de 2020.

No acumulado de 2021, as perdas somaram R$ 353,4 milhões, alta de 83,7% ante o ano anterior.

Apesar do número negativo na última linha do balanço, a empresa fundada por Sergio Furio vem registrando melhora no indicador resultado líquido/receita.

Houve uma evolução positiva de -54,8% no quarto trimestre de 2020 para -42,7% no mesmo intervalo do ano passado. Entre 2020 e 2021 como um todo, o indicador também registrou melhora, passando de -57,3% para -40,6%.

As receitas da Creditas mais do que triplicaram no quarto trimestre, em comparação a igual intervalo de 2020, atingindo R$ 322,4 milhões. Em 2021 como um todo, as receitas cresceram mais de 2,5x, para R$ 870 milhões.

“Continuamos apresentando altas taxas de crescimento e ganhando participação de mercado, pois todas as nossas divisões estão experimentando um forte impulso, apesar de um trimestre tipicamente fraco na demanda de crédito”, escreveu a empresa em nota publicada no site de RI.

A fintech encerrou 2021 com uma carteira de crédito de R$ 3,7 bilhões, montante quase 3x maior em relação a 2020.

A nova originação (incluindo crédito e prêmios de seguros) atingiu 1,024 bilhão. “Todos os três ecossistemas (Auto, Home e Employee Benefits) tiveram um desempenho recorde e mostraram um progresso significativo de vendas cruzadas entre nossos três produtos principais: empréstimos, seguros e soluções de consumo”, disse a empresa.

No texto, a empresa informa ainda que concluiu três novas operações de securitização, totalizando R$ 1,55 bilhão. A fintech também emitiu um novo FIDC (FIDC Creditas Auto VIII), investido por institucionais e pessoas físicas, assim como um novo CRI lastreado por uma carteira diversificada de empréstimos imobiliários.

“Também concluímos as duas primeiras tranches dos nossos FIDCs de ‘warehousing’ com o Nubank“, escreve a empresa. No ano de 2021 como um todo, os esforços de Debt Capital Markets (DCM) resultaram em um total de R$ 3,2 bilhões em operações.

Captação

A Creditas é uma das fintechs candidatas a fazer IPO e deve buscar um valuation entre US$ 7 bilhões e US$ 10 bilhões, conforme apuração do site Pipeline.

No fim de janeiro, captou uma rodada Série F de US$ 260 milhões, sendo avaliada em US$ 4,8 bilhões.

O cheque, que deve ser o último antes da abertura de capital, trouxe para o captable a gestora Fidelity, que liderou a rodada, além dos fundos Actyus e Greentrail Capital.

Os atuais investidores, como QED Investors, VEF, SoftBank, Kaszek, Headline, Wellington Management e Advent por meio da Sunley House Capital, acompanharam a rodada.

Capitalizada, a Creditas também busca oportunidades estratégicas em M&A. Vale lembrar que a fintech de Sergio Furio já comprou Bcredi (de crédito imobiliário e home equity), Minuto (corretora online de seguros), Volanty (de compra e venda de carros seminovos). A empresa fez, ainda, um investimento na Voltz, de motos elétricas.

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Danylo Martins é jornalista com dez anos de cobertura de finanças, empreendedorismo e inovação no setor financeiro. Com MBA em mercado de capitais, é vencedor de quatro prêmios de jornalismo econômico e colabora com o jornal Valor Econômico há oito anos. Teve passagens por Folha de S.Paulo e revista Você S/A.

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