Open Finance faz dois anos com 15 milhões de clientes únicos

O Open Finance comemorou seu segundo aniversário com cerca de 22 milhões de consentimentos ativos, informou o Banco Central (BC)

O Open Finance no Brasil acaba de completar dois anos de operação, com números de fazer inveja a qualquer país no mundo. O sistema comemorou seu segundo aniversário com cerca de 15 milhões de clientes únicos e 22 milhões de consentimentos ativos, informa o Banco Central (BC). Atualmente, são mais de 800 instituições participantes, entre obrigatórias e facultativas, incluindo bancos, fintechs e cooperativas de crédito.

“Os maiores efeitos do Open Finance, como a redução da assimetria de informação e a promoção da concorrência, serão percebidos ao longo do tempo, de forma gradual. Esses dois primeiros anos foram necessários para a estruturação desse ecossistema e a definição de uma agenda evolutiva. É um projeto extremamente complexo e com grande amplitude de mudança no Sistema Financeiro Nacional”, analisou João André Pereira, chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do BC, em nota.

Em levantamento recente feito pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com os bancos associados participantes do projeto, foram mapeados 45 produtos e serviços já oferecidos aos clientes, entre eles, agregadores financeiros, iniciação de pagamentos, soluções para ofertar melhores propostas de crédito, assim como serviços voltados para cashbacks e tarifas.

Evoluções

“A quantidade de produtos e serviços disponíveis já está gerando benefícios para o cliente. Estamos agora voltados à fase 4, uma etapa que traz mais complexidade porque junta outros participantes e reguladores fora do sistema bancário. Da parte dos bancos, já começamos a trabalhar nas especificações das APIs. Depois será a vez da parte de desenvolvimento e homologação, mas acreditamos que ainda neste ano já teremos casos de uso para esta fase”, avalia Leandro Vilain, diretor executivo de inovação, produtos e serviços bancários da Febraban, em nota.

Para 2023, diz o BC, espera-se que as instituições participantes passem a oferecer o compartilhamento de dados sobre novos grupos de produtos e serviços, como investimento, seguros, previdência e câmbio; implementem funcionalidades direcionadas ao público PJ; além de promoverem melhorias na jornada de compartilhamento de dados e de iniciação de pagamentos.

Na avaliação de Luana Soratto, coordenadora do grupo de trabalho do Open Banking na Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), para este ano são esperadas evoluções e melhorias, principalmente em relação à qualidade dos dados e a lançamentos de novas especificações, protocolos e funcionalidades que possibilitem uma melhor experiência do usuário nas instituições financeiras do Brasil.

“Se entrarmos hoje no portal Open Finance e verificarmos quem são as instituições financeiras participantes da fase 2 (compartilhamento de dados), é possível identificarmos exatamente 100 marcas cadastradas como transmissoras e/ou receptoras de dados. Este número é expressivo se pensarmos que o Open Finance Brasil deu seus primeiros passos há apenas dois anos”, afirmou Luana, em nota.

Reconhecimento internacional

Recentemente a Open Banking Excellence, instituição do Reino Unido, país tido como grande referência mundial nesse tipo de compartilhamento, avaliou 23 países. Ela apontou que o Brasil vai superar os britânicos em número de usuários em pouco tempo. Além disso, o Open Finance brasileiro se destacou no quesito “Ambiente regulatório”.

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