O trio de jovens gaúchos Pablo Maino, Arthur Decker, Arthur Muller – respectivamente CEO, diretor financeiro e diretor de tecnologia da fintech voltada a serviços de saúde Capwise – estão prontos para alçar voo em 2023. Inspirados pela coruja, símbolo que escolheram para a sua startup nascida em final de 2021 – “pela sabedoria e pela capacidade de enxergar no escuro, onde ninguém enxerga”- planejam atingir uma carteira de financiamento de até R$ 15 milhões no final deste ano.
A Cap(de capital)wise(de sabedoria) nasceu da observação de um dos sócios, Arthur Decker, de um negócio bem comum nos Estados Unidos, onde mora há mais de cinco anos. Ele, que foi destaque do time de vôlei da sua escola em Novo Hamburgo (RS), ganhou uma bolsa de estudos para fazer faculdade no Kansas, onde cursou finanças.
“No Brasil, a cultura do score de crédito ainda não é tão desenvolvida quanto aqui, as pessoas só conseguem crédito em bancos tradicionais”, diz, referindo-se ao fato de que aqui, o uso de Inteligência Artificial e outras ferramentas para análise de crédito por empresas de tecnologia financeira é recente e ainda não tão dominante. “Além disso, quando a pessoa pega crédito pessoal em um banco para fazer não-se-sabe-o-quê com o dinheiro, o juro é mais alto; no nosso caso, o dinheiro nem passa pela mão da pessoa, vai direto para financiar que ele está comprando no nosso parceiro”, acrescenta Decker.
A Capwise começa oferecendo crédito B2B2C, ou seja, para clientes financiarem produtos e procedimentos em clínicas, hospitais e farmácias – em prazos inicialmente predeterminados, de 12, 18 e 24 meses, de R$ 1 mil a R$ 15 mil e juros a partir de 3,9%. “Mas em breve vamos estender os financiamentos para as próprias clínicas comprarem equipamentos, por exemplo, e descontarem recebíveis”, diz Maino.
Os sócios, que falaram com exclusividade à Fintechs Brasil, garantem que a vantagem é agilidade, conseguindo aprovar o crédito para um cliente em até 30 segundos. “Estamos competindo com cartões de crédito – além de ser uma opção para quem não tem cartão, ou estourou o limite”, diz Decker. E, para a clínica, além de ser mais uma opção de recebimento além de cartão e plano de saúde, a Capwise adianta 100% do valor.
A experiência dos sócios é complementar: enquanto Decker é das finanças, Muller é de tecnologia e Maino é o empreendedor. “Sou formado em gestão para inovação e liderança pela Unisinos (RS) e nunca me vi trabalhando para alguém; conversando com o Arthur, que conheci na escola, ele estava morando nos Estados Unidos e também tinha o sonho de abrir um negócio e de fazer diferença, de impactar vidas, trazer um modelo de negócios diferenciado para o Brasil a gente então teve a ideia de de empreender, então a gente uniu o útil ao agradável”, diz.
Os meninos não revelam quem é o investidor, apenas que começaram o empreendimento com recursos próprios, conseguindo funding de terceiros para os financiamentos. “Hoje, temos um fundo que investe mas não estamos autorizados a revelar quem é”, diz Maino, que também não abre o valor atual da carteira. “Até agora não precisamos diluir o capital, mas estamos estudando uma captação seed para escalar o negócio”. Nos planos futuros, estão voos mais altos, para além do segmento de saúde. Por que não?
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