O ano passado foi pior que 2022 para as fintechs brasileiras

Dados são do Fintech Index da plataforma Sling Hub; queda em 12 meses até dezembro foi de 55%

Em 2023, os investimentos em fintechs brasileiras somaram US$ 1,7 bilhão, ainda menos do que os US$ 2,2 bilhões de 2022, segundo a plataforma SlingHub. O volume é praticamente o mesmo do que o apurado em 2020. Em 2021, ano de ouro para as startups de finanças, somente em junho o volume atingiu US$ 1,5 bilhão. No ano todo de 2021, foram mais de US$ 4 bilhões.

O Fintech Index da plataforma mostra queda de 55% ano a ano das captações verificadas em dezembro. O levantamento da plataforma inclui rodadas de equity e dívida.

Motivos para abalar (ainda mais) o apetite dos investidores não faltaram. E eles começaram cedo, logo em janeiro e fevereiro do ano passado, com o tombo da Americanas e com a quebra do Silicon Valley Bank, nos EUA. 

Embora as esperanças sempre se renovem com o ano novo, uma recuperação vai depender muito da economia global e também do que acontecer com juros, inflação e crescimento no Brasil. Mas há um forte pressentimento de que nada será como 2021.

Top 10

Apesar dos pesares, o setor de fintechs foi o que saiu menos machucado. Segundo o site parceiro Finsiders, nos Top 10 maiores deals do ano, 4 foram de fintechs — três brasileiras (QI TechCreditas e Nomad) e uma mexicana, porém com os dois pés em terras brazucas (Clara). Os dados são do Distrito.

Juntas, as quatro empresas levantaram cerca de US$ 400 milhões, de um total de pouco mais de US$ 1 bilhão recebidos pelas fintechs na região, de acordo com o levantamento. A cifra foi puxada pela Série B de US$ 200 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) da QI Tech, especializada em infraestrutura para serviços financeiros, que atraiu General Atlantic (GA) Across Capital.