Além da Aladas (assista e leia a Dani Graicar) , do MIA (de Maria Rita) e da Wishe (da Rafaela Basetti), também a Rede de Mulheres Empreendedoras (RME), da Ana Fontes, a fintech Ebanx , a We Ventures (da Microsoft, liderada por Marcella Ceva) e a Aceleradora Visa (liderada pela Bia) explicam ao Portal FIntechs Brasil como ajudam as mulheres empreendedoras.
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“Por construção social, as mulheres não estão nos cargos de poder, somos metade da população, mas há apenas 13% a 14% nas chefias. No ambiente empreendedor hoje quase metade dos negócios são liderados por mulheres, então não estamos subrepresentadas. O que não temos é apoios e politicas”, diz Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME). “As empreendedoras dificilmente chegam ao topo; dos 12 unicórnios brasileiros só um – o Nubank – tem uma cofundadora; o resto, só homens brancos. Investidores brancos investem em empreendedores brancos, o que gera um círculo vicioso de diificuldade de acesso a crédito por parte das mulheres”, afirma.
A RME acaba de realizar seu evento anual – desta vez, 100% online – que em dois dias teve mais de 100 mil participantes do mundo todo.
Segundo Ana, hoje a Rede tem 750 mil mulheres conectadas, às quais oferece serviços, conteúdos, programa de aceleração, marketplace e mentoria individual e em grupo, além de programas de capacitação para mulheres no Brasil todo. Durante a pandemia, a RME liderou dois projetos, com apoio dos três maiores bancos privados brasileiros e do Google, para geração de renda.
Transformar essa realidade em favor de um maior equilíbrio de gênero é a proposta do WE Ventures, um fundo idealizado pela Microsoft e pela Bertha Capital para investir em negócios de tecnologia pilotados por mulheres.
Marcella Ceva é a Chief Investment Officer do fundo, que tem hoje duas empresas investidas e está em fase de captação. Carioca radicada em São Paulo, Marcella fez carreira no mercado financeiro, em ambientes marcadamente masculinos.
Marcela foi atraída ao novo projeto pelo propósito social, forte o bastante para convencê-la a retornar ao mercado de trabalho — seu filho tinha apenas 5 meses quando o convite surgiu, o que a deixou (obviamente) dividida.
Beatriz Montiani, responsável pela Aceleradora de Starups da Visa, diz que 69 delas já passaram pelo programa. “Com 37% delas, foram fechados negócios; desses, 52% foram com parceiros, 4% entre as próprias startups e o resto com a Visa. A visa é a favor da diversidade, acreditamos que pessoas com experiências diferentes, que pensam diferente tem resultados melhor e quando temos mulheres no time das startups, é muito especial, é diferente”, diz Beatriz.
A Visa acelera startups em diversas áreas, mas a maiora são fintechs (ver ilustração abaixo). As empresas são escolhidas anualmente, e passam por cinco fases: raio X com investidores, etapa internacional (neste ano, não houve a viagem, mas interação remota online), boot camp (para reavaliar as estratégias) e finaliza com sessões de talks e mentorias. A Visa busca satartups que desenvolvam soluções para emissores, adquirentes, varejistas ou projetos alinhados com processos internos da companhia.
Embora a Aceleradora não tenha o viés feminista, Eduardo Barreto, vice-presidente da Visa do Brasil, garante que a companhia está empenhada em participar do enfrentamento aos desafios que as mulheres possuem, criando uma economia digital mais inclusiva, conectada e customizada a essas necessidades. “Usando o poder da marca, do negócio e da rede que possuímos, podemos contribuir para o empoderamento das empreendedoras em todo o mundo. Diversas são as iniciativas em andamento que procuram, entre outros desafios, por exemplo, diminuir o gap de US$ 1,5 trilhão que as mulheres têm no financiamento de empréstimos”, completa .
A fintech paranaense Ebanx – um dos poucos “unicórnios” brasileiros -, anunciou recentemente a doação de bolsas de estudos em tecnologia para mulheres em situação vulnerabilidae social na Grande Curitiba, onde ifca sua sede. “Na Ebanx a gente tem a bandeira muito forte de protagonismo feminino, especialmente na tecnologia, onde a gente vê que tem um gap muito grande entre mulheres e homens. Como contrapartida a partiicpar do nosso mair evento anual, o Code Your Way, pedimos para que as empresas bancassem bolsas da Resilia, uma instituição que oferece o curso de tecnologia para mulheres em situação de vulnerabilidade social. Além dos parceiros, a propria Ebanx vai dar mais duas bolsas também”, explica Michelle de Cerjat, coordenadora de Comunidade da Ebanx. “A ideia é justamente incentivar as mulheres a entrar nesse mercado bem promissor. Muitas vezes as mulheres acabam nem levando em conta essa opção, de entrar para essa área de tecnologia. E a nossa intenção também é que a gente possa contratar depois essas mulheres, depois que elas terminarem esse curso”.