O Banco Master (antigo Banco Máxima) anunciou nesta quinta-feira (22) a compra do controle do banco digital will bank. Os termos e valores do acordo não foram divulgados. Com o negócio, a instituição passa a atender mais de 10,5 milhões de clientes no varejo e espera avançar nesse segmento, oferecendo cartão de crédito, seguros e outros produtos.
Evolução da Pag!, o will bank começou oferecendo cartão de crédito e nos últimos anos ampliou o portfólio de soluções. Na mira da fintech estão, principalmente, quem nunca teve acesso a serviços financeiros. Atualmente, o banco digital atende 6 milhões de clientes em todo o país, com forte penetração na região Nordeste.
Em julho de 2021, o will levantou um aporte de R$ 250 milhões liderado pelo fundo Private Equity da XP e pela gestora Atmos Capital. Com a compra pelo Master, o sócio da XP Chu Kong — um dos idealizadores do projeto — continuará no conselho.
Desde então, o banco digital não recebeu novas injeções de capital. Numa entrevista ao portal, em fevereiro de 2023, o CEO Felipe Félix reconheceu o cenário complexo para novas captações ou mesmo para um IPO, algo que também chegou a ser ventilado pelo mercado.
Em 2023, a instituição atingiu receita de R$ 2,8 bilhões. Porém, vinha acumulando números negativos na última linha do balanço — prejuízo de R$ 13,4 milhões em 2021 e de R$ 164,9 milhões em 2022. O resultado completo de 2023 ainda não foi publicado. Ainda no ano passado, o will fez uma série de demissões, no que chamou de “reestruturação estratégica”.
E o Master?
Para o Master, a aquisição representa um movimento estratégico em direção ao varejo bancário, especialmente de baixa renda. “Vamos oferecer produtos de crédito para nossos clientes do Credcesta e produtos de seguro e outros para os atuais clientes do will. Existe grande possibilidade de sinergia, além de um novo plano de expansão que vamos implementar no banco digital”, afirma Daniel Vorcaro, presidente do Master, em nota.
É a segunda aquisição feita pelo banco neste mês. No dia 6, o Master anunciou a compra do Voiter (antigo Indusval) para ganhar força no atacado, ao mesmo tempo em que comunicou uma reorganização societária. A estimativa é alcançar um patrimônio líquido (PL) de 5 bilhões até final do ano. No primeiro semestre de 2023, esse indicador chegou a R$ 1,8 bilhão, alta de 80% na comparação anual.
Nova gestão
Na primeira metade do ano passado, o Master teve lucro líquido recorde de R$ 291 milhões. Prevê, ainda, a divulgação de resultado líquido de R$ 500 milhões para o consolidado de 2023, alcançando R$ 1 bilhão neste ano.
O Master é a evolução do velho Banco Máxima. Com nova gestão desde 2018, hoje a instituição tem como acionistas Daniel Vorcaro, Maurício Quadrado e Augusto Lima. Agora, com a compra do will bank, Augusto ficará na operação de varejo, enquanto Maurício liderará o negócio de atacado. Já Daniel será sócio majoritário de ambos nos dois novos bancos.
“O will bank detém uma expertise digital e tecnológica consolidada que, somada aos esforços que o Banco Master já emprega no varejo, nos colocará em novo patamar de atendimento para oferecer soluções aos nossos clientes”, diz Augusto Lima, CEO do Master e sócio responsável pela vertical de varejo, no comunicado.
A operação depende de aprovação do CADE e do Banco Central.