BTG compra Órama por R$ 500 milhões na 2ª aquisição do semestre

A transação é parte da estratégia de expansão das plataformas digitais do banco, que em agosto arrematou a gestora digital Magnetis

O BTG Pactual continua indo às compras. Nesta segunda-feira (2), o banco de investimentos anunciou a compra de 100% da Órama, uma das principais DTVMs (distribuidoras de investimentos) do Brasil, por R$ 500 milhões. 

A aquisição é parte da estratégia de expansão das plataformas digitais do banco, com aumento da base de clientes e avanço na oferta de produtos e serviços para pessoas físicas. A transação está sujeita às aprovações regulatórias necessárias, inclusive do Banco Central (BC).

Em comunicado, Marcelo Flora, sócio responsável pelas plataformas digitais do BTG Pactual, diz que o negócio vai trazer ainda mais ganhos de escala e ampliar a base de clientes. Isso significa, conforme ele, diluição de custos fixos, ganhos de eficiência, sinergia e produtividade. 

“Estamos muito animados com a aquisição, que vai possibilitar aos clientes Órama acesso a plataforma completa do BTG, como banking, Pix, cartão de crédito, conta de investimentos offshore com banking e cartão de débito nos Estados Unidos”, afirmou o executivo. 

Fundada por Selmo Nissenbaum, Guilherme Horn, Roberto Rocha e Habib Nascif, a Órama foi lançada em 2011. Três anos depois, passou a distribuir produtos de renda fixa. Já em 2018, foram incorporados os de renda variável e previdência. Atualmente com R$ 18 bilhões em ativos sob custódia e 360 mil clientes, a empresa tem 370 funcionários. Soma, ainda, 300 assessores de investimentos registrados na Ancord. 

Foco no ‘investment as a service’

Nos últimos anos, a Órama atraiu acionistas como a Globo Ventures (comprou 25% em 2017) e a Rede D’Or, que incorporou os 25% adquiridos pela SulAmérica em 2019. Os investidores agora vendem a totalidade de suas participações. Desde 2021, a plataforma vinha buscando uma capitalização pré-IPO, conforme reportou o site Brazil Journal

Habib Nascif, CEO da Órama, diz que os clientes seguirão tendo acesso aos produtos e serviços, agora com o “selo de solidez e credibilidade” do banco. “Na outra ponta, além da gestora, parte dos sócios vai focar no que chamamos de ‘investment as a service – IaaS’. É um conjunto de soluções que atendem a varejistas e demais empresas, de diversos setores, que buscam oferecer investimentos aos seus clientes”, disse, em comunicado.

M&As

Depois de ficar mais “quietinho”, o BTG resolveu ligar novamente sua máquina de aquisições neste segundo semestre. É, assim, a segunda transação divulgada pelo banco no período. Em agosto, anunciou a compra da gestora digital de investimentos Magnetis

Nos últimos anos, por exemplo, o BTG adquiriu negócios como Ourinvest (atual BTG Pactual Advisors), Necton Investimentos, Elite, além da Universa — dona de marcas como Empiricus e Vitreo (hoje Empiricus Investimentos) — e do consolidador de investimentos Kinvo

Não é de hoje que o banco de André Esteves trava uma “batalha” direta com a XP. A plataforma fundada por Guilherme Benchimol também tem crescido de forma inorgânica. No ano passado, aliás, comprou o Modal numa transação de R$ 3 bilhões.

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