Leia as edições anteriores da Finsiders

Confira alguns dos principais aportes e aquisições da última semana:

Santander compra 80% da fintech Gira

Direto ao ponto: O Santander Brasil anunciou a compra de 80% da Gira, fintech de gestão de recebíveis do agronegócio. O valor da operação não foi revelado. A startup atua com usa geolocalização das áreas produtivas, captura e análise de dados agronômicos e realiza acompanhamento permanente da performance de produção das propriedades envolvidas nas operações de crédito.

Mais informações: Fundada há cinco anos em Uberlândia (MG), a Gira rodou os primeiros pilotos na safra 2016/2017 e hoje atua com compliance jurídico e agronômico em 10 Estados brasileiros, atendendo revendas, agroindústrias e fundos de investimentos a mensurar e acompanhar o risco das operações de crédito. Em seu site, a fintech diz ter analisado R$ 5 bilhões, com geração de 3.250 CPRs (Cédula de Produto Rural).

Vale lembrar que o Santander intensificou nos últimos anos a investida no agronegócio, uma carteira que o Banco do Brasil (BB) historicamente tem forte atuação. O banco espanhol inaugurou o que chama de lojas agro, unidades que têm profissionais especializados no atendimento a produtores rurais. Encerrou o ano passado com 36 unidades desse tipo.

Eldorado compra 40% da Capittale

Direto ao ponto: A Eldorado, braço de investimentos do Grupo DMCard, comprou 40% da fintech Capittale, de antecipação de recebíveis. O valor e os termos da transação não foram divulgados. Com a aquisição, a meta da Capittale é movimentar mais R$ 300 milhões este ano e outros R$ 600 milhões em 2021 — a intenção é somar R$ 1,1 bilhão em recebíveis antecipados no fim do próximo ano.

Mais informações: A fintech foi criada em maio de 2018 em São José dos Campos (SP) pelo engenheiro civil Fábio Fernandes — ex-Spani Atacadista, Safra e Itaú — e pelo administrador Marcos Creazzo, que foi gerente no Itaú Unibanco, Santander, Votorantim e ABC Brasil. Os primeiros clientes da startup foram as redes de supermercados — atende, por exemplo, Barbosa, Andorinha e Semear Supermercados. No ano passado, a Capittale originou quase R$ 200 milhões em antecipação de recebíveis, em mais de 4.500 operações, com cerca de R$ 5 milhões em descontos em negócios intermediados.

Denis Correia, CEO do Grupo DMCard, em nota à imprensa:

“Devido ao cenário econômico atual do país, a antecipação de recebíveis tem se consolidado como uma importante ferramenta para fazer a roda do crédito girar no segmento varejista. Afinal, sabemos que os fornecedores estão com dificuldades em conseguir crédito.”

Mercado aquecido: Nas últimas edições da Finsiders, contamos sobre outros deals no mercado de antecipação de recebíveis. A XP Inc. comprou a Antecipa e mostrou seu apetite pelo segmento. Já a Liber Capital (que tem o BTG Pactual como um dos principais parceiros) adquiriu a concorrente Adianta. Ontem, o governo federal também lançou um portal de antecipação de recebíveis, cuja provas de conceito tiveram participação da fintech Antecipa Fácil.

Por falar em crédito…

SuperSim levanta R$ 30 milhões em securitização

Direto ao ponto: A SuperSim, fintech de microcrédito online com foco nas classes C e D, levantou R$ 30 milhões em uma operação de securitização, via debênture, para financiar o crescimento da sua carteira de empréstimos. A injeção de recursos foi liderada pela gestora Navi. A startup planeja fazer uma nova operação semelhante, com cifra maior, em 18 a 24 meses. Até o fim do ano, a ideia é captar também uma Série A.

Mais detalhes: Em operação desde o ano passado, a SuperSim foi fundada pelo canadense Daniel Shteyn e pelo economista brasileiro Antonio Brito, ambos oriundos da americana Enova. Entre abril e junho, o volume de empréstimos liberados pela fintech quadruplicou. Os valores do microcrédito vão de R$ 500 a R$ 2,5 mil. Neste ano, a empresa lançou uma linha de crédito com garantia do celular do cliente — uma forma de controlar o risco de inadimplência — , em parceria com a americana PayJoy. Entre os investidores do negócio estão Al Goldstein, fundador da Enova e da Avant, o advogado Bruno Balduccini, do escritório Pinheiro Neto, e o Distrito Ventures.

MKT Bank recebe aporte de R$ 2 milhões

Direto ao ponto: A MKT Bank, fintech com foco no mercado de marketing, eventos e publicidade, anunciou um aporte de R$ 2 milhões feito pela Circle Aceleradora, especializada em startups na área de marketing.

Mais informações: A startup oferece uma plataforma com conta digital e antecipação de recebíveis. O objetivo do negócio, que atua com B2B e B2C, é contribuir com o fluxo de caixa de agências, fornecedores, funcionários e freelancers de publicidade, marketing e eventos. A meta é fechar o próximo ano com R$ 30 mihões em operações com 10 mil clientes. “Somos a única fintech que fala a língua deles; olhamos cada contrato, job a job, com um sistema friendly e voltado para o formato de trabalho e as dores desse mercado”, explica em nota Alessandro Lopes, CEO da fintech.

No mercado segurador…

Thinkseg compra 30% de insurtech argentina

Direto ao ponto: A Thinkseg anunciou a compra de 30% da insurtech argentina Comparaencasa, especializada em seguro auto e com atuação em Argentina, México e Brasil. Pela negociação, a Bidu (corretora comprada em 2018 pela Thinkseg) cedeu a carteira de renovação de seguro auto à Compareemcasa — versão brasileira da startup argentina –, ficando com 40 mil itens após a operação.

Mais informações: A operação marca o início da expansão internacional da Thinkseg, começando por América Latina e com planos de desembarcar depois na Europa. Pioneira no desenvolvimento do seguro pay per use no Brasil, a empresa criada por Andre Gregori, ex-sócio do BTG Pactual, viu a venda dessa modalidade de seguro disparar durante a pandemia. A insurtech prepara, ainda, um escritório em Portugal, que será liderado pelo sócio João Audi, ex-CEO da Alphaville Urbanismo e da Parmalat Brasil.

Andre Gregori, CEO da Thinkseg, em nota à imprensa:

“Com mais esta aquisição, é possível levar todos os produtos da Thinkseg, incluindo o seguro auto pay per use aos mercados internacionais, começando por Argentina e México. Depois, avançaremos para Chile e outros países da América Latina e Europa.”