Em cinco meses, fintechs captam US$ 1,3 bilhão, mostra Distrito

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Seguindo a tradição dos últimos anos, as fintechs lideram os investimentos em startups nos cinco primeiros meses do ano. De janeiro a maio, as startups de serviços financeiros somam US$ 1,3 bilhão em aportes, o que corresponde a 51,3% do total investido no ecossistema, conforme dados da plataforma de inovação Distrito.

Apesar dos sinais de desaceleração do mercado como um todo, o volume de recursos levantado pelas fintechs nos cinco primeiros meses deste ano é 13% superior a igual intervalo de 2021, quando as empresas captaram US$ 1,15 bilhão em 57 rounds.

O ecossistema de startups de maneira geral, porém, recuou na mesma base de comparação. Nos cinco primeiros meses de 2022, o montante investido foi de US$ 2,6 bilhões em 282 rodadas, uma queda de quase 19% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o mercado totalizou US$ 3,2 bilhões em 349 deals.

“As empresas de tecnologia listadas em bolsa sofreram uma correção de preço brutal nos últimos 60 dias, o que impactou diretamente o apetite dos investidores no mercado privado”, analisa Gustavo Gierun, CEO do Distrito, em nota. “Para os investidores, o momento é de cuidado. Para os empreendedores, o momento é de ajustar a operação para não ser refém de novas captações.”

O retrato de maio reflete bem o cenário econômico global de inflação e alta de juros. No mês passado, as startups brasileiras levantaram US$ 298,5 milhões em 40 rodadas, o que representa uma baixa de 61% em relação a maio de 2021, quando o total aportado foi de US$ 772,6 milhões em 74 rounds.

Para Gustavo, não haverá uma ruptura no mercado. O momento é de ajuste, “por prazo indeterminado, decorrente das condições de mercado”, diz. “Historicamente, grandes empresas de tecnologia foram criadas em ciclos de aperto econômico. O crivo será maior, mas bons empreendedores ainda terão muitas oportunidades.”

A maior captação em maio, pra variar, foi de uma fintech. A Dock, empresa de tecnolobia para meios de pagamento e banking, levantou US$ 110 milhões em um aporte que avaliou o negócio em US$ 1,5 bilhão, tornando-se o mais novo unicórnio da praça.

Destaque, ainda, para a Série C de US$ 100 milhões da Solfácil e para o cheque de US$ 32 milhões recebido pela Nomad, a fintech que permite aos brasileiros terem contas bancárias nos EUA.

Depois das fintechs, em maio, as verticais com maior volume investido foram retailtechs (US$ 281,4 milhões), seguidas por HRTechs (US$ 219,2 milhões).

Já em relação a operações de M&A, o Distrito contabilizou 16 transações em maio, elevando o total deste ano para 103 acordos — nos cinco primeiros meses de 2021, o número foi ligeiramente inferior (97 deals).

Latam

Outro relatório, divulgado na última semana pela Sling Hub, mostra algum alento do ecossistema latino-americano. Em maio, as startups na região captaram US$ 1,26 bilhão, um incremento de 53% em relação a abril e uma alta de 9% na comparação anual.