PicPay avança em investimentos, com novos títulos de renda fixa

Há seis meses, o Finsiders revelou os planos do super app no mundo dos investimentos. Agora, esse projeto começa a ganhar mais corpo

Há seis meses, o Finsiders revelou os planos do super app PicPay no mundo dos investimentos. Agora, esse projeto começa a ganhar mais corpo. Nesta sexta-feira (18), a fintech anunciou que está aumentando a oferta de aplicações financeiras em seu app com novos papéis de renda fixa, como CDBs, LCIs e LCAs, emitidos por instituições como Banco Original (do mesmo grupo), BTG Pactual, Bmg, Pine, Fibra e ABC Brasil.

Neste momento, informa o PicPay, os novos investimentos estão disponíveis para uma base inicial de clientes. E serão liberadas a todos gradualmente — a base total reúne mais de 33 milhões de usuários ativos. Ainda em agosto, fundos de investimentos também serão adicionados ao super app.

É possível investir a partir de R$ 100, com retorno de até 117% do CDI. Já as LCIs e LCAs — isentas de Imposto de Renda (IR) — oferecem rentabilidade líquida de até 10,8% ao ano. Os produtos também contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para valores até R$ 250 mil.

Em vez de construir do zero, o PicPay absorveu a Liga Invest, a plataforma de investimentos construída pelo grupo J&F (dono do próprio PicPay e também do Original). Em fevereiro deste ano, a instituição teve um aumento de capital, para R$ 95 milhões, aprovado pelo Banco Central (BC). Já em junho, o regulador autorizou a mudança de nome para PicPay Invest.

Alternativas

Ainda nessa frente, a fintech vem adicionando novas opções de investimento no modelo P2P lending, lançado em 2021 em parceria com a Crednovo, uma Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP) também controlada pela J&F. Desde então, o PicPay tem aumentado a oferta no segmento. Além disso, oferece CDBs próprios, criptomoedas, “Cofrinhos” e conta remunerada a 102% do CDI. 

“O PicPay tem uma grande escala, com mais de 33 milhões de clientes ativos, e a vantagem de ser a única fintech de peso com produtos alternativos, como P2P lending — a possibilidade de investir emprestar dinheiro para empresas pelo app —, com opções que o cliente não encontra facilmente no mercado”, afirmou Patricia Whitaker, executiva ex-XP que chegou em março deste ano para liderar a unidade de investimentos.

A área está debaixo do “guarda-chuva” comandado pelo também ex-XP Bruno Guarnieri, vice-presidente de e-commerce e investimentos da companhia. Segundo ele, toda a estrutura da unidade de negócios foi colocada de pé “em tempo recorde”, em cerca de quatro meses (fez a conta aí de quando o Finsiders antecipou essa história?). Conforme o executivo, essa frente será “estratégica” para complementar o ecossistema financeiro do aplicativo. 

Diversificação

Aliás, a estratégia do PicPay é reunir, num só app, toda a vida financeira dos clientes, assim como oferecer um marketplace de produtos e serviços não financeiros, como mostramos no início desta semana. O movimento de diversificação dos negócios é mandatório para ampliar as receitas e também buscar a tão desejada principalidade. 

O resultado começa a aparecer na última linha do balanço. No quarto trimestre de 2022, o PicPay apurou o primeiro lucro de sua história. Porém, no acumulado do ano teve prejuízo de R$ 693 milhões. Os números dos dois primeiros trimestres de 2023 ainda não foram divulgados pela companhia. 

Leia também:

PicPay diversifica “prateleira” do marketplace, que tem 115 vendas por segundo

Ex-XP é o novo CTO da Genial Investimentos

Vest e Sproutfi se unem para potencializar investimentos nos EUA