Enquanto o mercado aguarda seu IPO nos Estados Unidos, o Nubank continua fazendo movimentações relevantes. Nesta segunda-feira, anunciou a compra da Spin Pay, plataforma de pagamentos instantâneos que oferece suporte ao varejo eletrônico com opção de usar Pix como forma de pagamento no check-out. A transação — de valor não revelado — marca a entrada do neobank em e-commerce.
A empresa pretende manter os atuais clientes da Spin Pay, além de ampliar a carteira para levar o Pix para ainda mais consumidores e plataformas de comércio.
Fundada pelos empreendedores Alan Chusid (na foto, ao lado de David Vélez), Felipe Park e Marcelo Mingatos, a solução da Spin Pay, voltada para varejistas, permite que os clientes efetuam compras rapidamente com apenas um clique ou escaneando o QR Code na tela. Na base, a Spin Pay tem clientes como Lojas Renner, Cobasi, além da startup Favo, que busca reinventar o ‘mercado de bairro’.
A aquisição ocorre em um momento de alta do comércio eletrônico e da consolidação do Pix como forma de pagamento no Brasil. Alavancado pelo isolamento social durante a pandemia, o varejo digital cresceu 68% em vendas em 2020, de acordo com dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).
E o Pix transformou radicalmente a indústria de pagamentos. Mais de R$ 1 trilhão foram movimentados em pouco mais de seis meses de operação. O Nubank, que já oferecia transferências ilimitadas e sem tarifas antes da chegada do sistema, possui cerca de um quinto das chaves cadastradas e mais de 30% das transações feitas utilizando o método de pagamento no Brasil desde o lançamento.
“O Pix foi praticamente a ‘nubankarização’ do setor financeiro, porque já oferecíamos transferências gratuitas e imediatas. Agora, com essa aquisição, queremos disseminar também no varejo eletrônico o modo Nubank de facilitar a vida dos clientes”, diz David Vélez, CEO global e fundador do Nubank, em comunicado.
Além disso, a aquisição irá permitir ao Nubank se aprofundar no desenvolvimento de tecnologia para pagamentos no aquecido mercado de comércio on-line e oferecer uma experiência facilitada e sem fricções para varejistas e consumidores.
“Essa aquisição vai permitir que a Spin Pay ganhe escala e crie novos produtos com o Nubank, trazendo o conhecimento e a tecnologia de meios de pagamento, como o Pix para o varejo online”, explica Alan Chusid, CEO e fundador da Spin Pay.
A operação das empresas seguirá de forma independente e o fechamento está sujeito a condições precedentes que devem ser finalizadas nas próximas semanas. O objetivo é que, como unidade separada de negócios, a Spin Pay possa manter o foco no desenvolvimento da tecnologia, agora com o ganho de escala que o Nubank irá permitir com as demais unidades.
Outras movimentações
No último dia 5 de agosto, o Nubank coliderou um aporte no neobank indiano Jupiter, que se prepara para fazer o lançamento de sua plataforma. No dia anterior, divulgou a aquisição da Juntos Global, empresa norte-americana que atua no atendimento e oferece conversas automatizadas e personalizadas entre banco e cliente.
Em junho, anunciou os primeiros passos da integração com a Easynvest — comprada em setembro último — que passou a se chamar Nu Invest.
No ano passado, também adquiriu a americana Cognitect, referência mundial em engenharia de software, e a equipe da Plataformatec, consultoria especializada em método ágil e em desenvolvimento e gerenciamento de produtos.
Em um ano de mudanças, desde o logotipo até a presença do ícone pop, Anitta, no board, o branding do banco digital está reforçado. O Nubank também começou a oferecer transferências online internacionais a partir do app em parceria com a Remessa Online. A funcionalidade expandiu o portfólio do Nubank, que vem buscando atingir novos públicos e não apenas quem não tem conta em banco, como o produto para alta renda, o cartão ultravioleta.
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