COMPETIÇÃO

Aumento da participação de fintechs no crédito reduz concentração bancária

Dado é do Banco Central. A hegemonia das grandes instituições, porém, segue inabalada: sua fatia está há léguas de distância das fintechs e cooperativas

A tendência de aumento da participação de fintechs no crédito continuou em 2023, reduzindo de novo a concentração bancária no Brasil. A conclusão é do Relatório de Economia Bancária 2023, divulgado nesta quinta, 6/6, pelo Banco Central. A hegemonia das grandes instituições, porém, segue há léguas de distância das fintechs e cooperativas.

b1: Banco Comercial, Banco Múltiplo com Carteira Comercial ou caixas econômicas; b2: Banco Múltiplo sem Carteira Comercial ou Banco de Câmbio ou Banco de Investimento; b3: Cooperativa de Crédito; b4: Banco de Desenvolvimento; n1: Instituição não bancária atuante no mercado de crédito; n2: Instituição não bancária atuante no mercado de capitais; n4: Instituições de pagamento

Segundo o BC, “esse movimento pode ser pela atuação das instituições não bancárias no mercado de cartão de crédito e de crédito sem consignação”. Já as cooperativas de crédito destacaram-se por sua atuação nos mercados de cheque especial e de capital de giro.

De modo geral, as fintechs aumentaram de 1,5% para 2% sua participação no crédito, entre 2021 e 2023. E as cooperativas, de 6% para 6,8%. Os bancões incumbentes continuam nadando de braçada, apesar da queda de 86,3% para 85,9%.

Concentração

Analisando as diferentes modalidades de crédito, a redução da concentração foi maior no mercado de operações com recebíveis (PJ). Também houve aumento do número de instituições financeiras ofertantes de capital de giro (PJ), de crédito pessoal sem consignação em folha (PF) e de cheque especial (PF + PJ). Essas linhas agora tem níveis de concentração consideradas moderadas.

As concentrações no crédito concedido por meio do capital de giro (PJ) e do crédito pessoal sem consignação em folha (PF) permaneceram baixas. O nível de concentração permanece elevado nos financiamentos rurais e agro (PF + PJ), nos financiamentos habitacionais (PF + PJ) e nos financiamentos de infraestrutura e desenvolvimento (PJ), cujos recursos são predominantemente direcionados.