A Capital Consig, fintech de crédito consignado público e privado, já tem um número de banco para chamar de seu: 465. É que a empresa acaba de ser habilitada no Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).
Quatro meses após expandir sua atuação do setor público para o privado, a fintech anuncia também o lançamento de um produto de crédito lastreado pelo Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), com a chancela da Caixa Econômica Federal. Esta modalidade ganhou força de um ano para cá, após o governo liberar o saque-aniversário do fundo — e, assim, vem sendo o queridinho das fintechs.
Com mais um produto em sua prateleira, a empresa espera atingir um volume total de operações por volta de R$ 600 milhões em 2022, com 60% a 70% de fatia oriunda da nova modalidade.
Uma nova sede própria e aumento de 100 para 350 colaboradores também estão nos planos para manter o crescimento da fintech. A Capital Consig ganhou autorização de SCD (Sociedade de Crédito Direto) em 2020 e começou a operar neste ano.
Além de buscar ter uma oferta mais acessível e digitalizada de crédito consignado, participar do SPB tem como meta bancarizar o cliente, ampliando a ele a utilização de serviços bancários digitais na mesma plataforma que toma o empréstimo.
“TED, Pix, boleto, pagamentos e cartão de débito, saque. Ofereceremos quase tudo que um banco oferece, porém, com agilidade e muito menos burocracia. Com a conta de liquidação de um banco, damos um passo gigante. Esse é o sonho de qualquer fintech. É a chancela também de que valeu a pena, desde o começo, trabalhar cumprindo prazos e com planejamento inicial sólido, um trabalho de três anos”, afirma o CEO, Sven Kuhn, em comunicado.
Demanda e oportunidade
O crédito com garantia do FGTS existe desde 2015. Em 2020, a modalidade começou a expandir após o aumento do limite, para 40%, do saldo da conta vinculada ao trabalhador no FGTS, mais o valor equivalente à multa rescisória que o trabalhador receberia em caso de demissão sem justa causa. E ganhou ainda mais força com o saque-aniversário.
Dados mais recentes da Caixa, referentes ao terceiro trimestre, mostram que a operação de crédito para antecipação do saque-aniversário do FGTS somou uma contratação de R$ 2,2 bilhões, distribuídos em 1,4 milhão de operações. No acumulado do ano, até setembro, foram contratados R$ 5,8 bilhões em 3,5 milhões de operações.
Sven comenta que, como o lastro do FGTS já indica muita demanda, isso vai requerer bastante tecnologia e distribuição.
Isso é fato, tanto que a tese do consignado privado já atraiu nomes como a Paketá Crédito, que anunciou em julho, com exclusividade ao Finsiders, que estava reforçando seu alto escalão, num momento em que o negócio cresce de maneira acelerada. Disputam uma fatia desse bolo outros players, como Facio, Creditas, Leve e Zetra, por exemplo.
A Zipdin, que recebeu licença de SCD também em 2020, começou com uma operação de bank as a service em março e vem evoluindo num portfólio de serviços de crédito, entre elas, uma solução de consignado ‘as a service’, conforme também contou ao Finsiders o founder Francisco Carvalho, ex-executivo da financeira carioca Lecca, na época.
Sven, da Capital Consig, diz que a modalidade de crédito com garantia do FGTS tem taxa mais baixa e abrange amplo universo no mundo privado. Por isso, que existe a necessidade de se colocar tudo na mesma prateleira.
“A vantagem e o diferencial principal, em toda esta atuação, é que seguimos com nossa proposta desde a fundação, a de trazer o cliente para dentro de casa, ou seja, qualquer que seja a modalidade, ele terá como resolver toda demanda bancária onde já tem a solução para o crédito. Esta é a disrupção que a companhia tornou realidade”, acrescenta, em nota.
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