Fintechs já atraíram US$ 2,5 bilhões este ano, aponta Distrito

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Que o ano de 2021 está agitado em matéria de investimentos, isso não é surpresa para ninguém, e julho veio para reforçar ainda mais essa tese: o mês registrou um total de US$ 484,4 milhões em 44 rodadas. Os dados são do Distrito Dataminer, braço de inteligência de dados da empresa de inovação Distrito, apresentados nesta segunda-feira (2) à imprensa.

O volume é 35% maior na comparação com o mesmo mês do ano passado, porém 75% inferior a junho, quando o total foi de mais de US$ 2 bilhões. “O número de julho não é um número ruim, mas demonstra o crescimento consistente da indústria no Brasil”, apontou Gustavo Gierun, sócio-fundador do Distrito, durante a coletiva.

Até o momento, no ano, foram investidos US$ 5,6 bilhões, com 412 aportes. Considerando o mesmo período dos anos anteriores, 2021 supera em 386% o ano de 2020 e 222% o ano de 2019, quando US$ 1,1 bilhão e US$ 1,7 bilhão haviam sido investidos, respectivamente.

“O mercado de venture capital continua crescendo de maneira intensa e mais do que as super rodadas (ou mega rounds), ele continua super acelerado em termos de números de rodadas por mês, o que mostra que não é um movimento concentrado em grandes empresas, mas sim um movimento geral do mercado brasileiro de inovação, tecnologia e empreendedorismo”, afirmou Gierun.

Fintechs lideram

Até o momento, a vertical de fintechs é a mais aquecida este ano, com 93 deals, totalizando US$ 2,5 bilhões. Em seguida, aparecem real estate (imobiliário), com 14 operações e US$ 851,4 milhões movimentados; varejo, com 46 aportes e US$ 607,9 milhões; supply chain, com 17 investimentos e US$ 262,9 milhões; e em último lugar, educação, com 32 transações e um total de US$ 237,7 milhões investidos.

Entretanto, segundo o Distrito, os investimentos em fintechs em julho apareceram em segundo lugar, com 14 deals e um volume total de US$ 174,8 milhões. Em primeiro, estão as retailtechs, que movimentaram US$ 191,6 milhões em cinco rodadas.

Entre os principais aportes em fintechs listados pelo Distrito estão o da Blu (US$ 58,6 milhões, liderado pela Warburg Pincus, fundo global de private equity), o do willbank (US$ 49,3 milhões, liderado pelo fundo Private Equity da XP e pela gestora Atmos Capital), e Nomad (US$ 20 bilhões, liderado pelo fundos de venture capital Monashees e Spark Capital).

M&A

As operações de M&A também não ficaram atrás: foram 18 delas no mês passado. No total, já foram registradas 134 só em 2021 — em todo o ano de 2020, esse número foi de 163. Considerando o mesmo período dos anos anteriores, 2021 supera em 97% o ano de 2020 e em 294% o ano de 2019, quando foram realizadas 68 e 34 M&A, respectivamente.

Em julho, as fintechs também lideraram os setores que mais registraram fusões e aquisições. No totl, foram quatro, empatando com as retailtechs. Entretanto, no acumulado do ano, as fintechs estão à frente com 25 operações, seguidas pelas retailtechs com 22. Em terceiro, aparecem as martechs, com 17 M&As.

Vale lembrar as principais operações de M&A realizadas em julho. A mais recente delas foi a da Minuto Seguros pela Creditas, marcando a entrada da fintech no mercado segurador. Dias depois, também comprou a Volanty, que deve competir com a recém-chegada Kavak ao Brasil. Engrossam essa fila ainda o Guiabolso, adquirido recentemente pelo PicPay.

Para Gierun, quando os players que têm acesso à capital, tecnologia desenvolvida e já comprovaram a sua tese em outros lugares do mundo olham para o mercado brasileiro, a incursão é certa.

“É interessante ver e acompanhar como esses players globais vão se posicionar no Brasil e como vão atacar o mercado. De toda maneira, isso é muito positivo para o Brasil. Vai atrair capital do mundo, gerar empregos e uma competitividade maior para as empresas de tecnologia”, disse Gustavo.

Quer acompanhar os aportes e as operações de M&A com profundidade? Acesse a editoria “Cifras e deals” no site do Finsiders.

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Giovanni Porfírio é jornalista com cinco anos de carreira, foi editor web no Startupi antes de chegar ao Finsiders. Formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e pós-graduando em Produção e Práticas Jornalísticas na Contemporaneidade na Faculdade Cásper Líbero (FCL), teve passagens, ainda, por RICTV Record Londrina e Folha de Londrina.

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