Com foco em eficiência, Creditas reduz perdas no terceiro trimestre

No período, a fintech de crédito com garantias teve prejuízo de R$ 81,5 milhões, contra R$ 117,8 milhões no trimestre anterior

De olho no tão sonhado ‘breakeven’, a Creditas manteve os bons resultados no terceiro trimestre de 2023 para alcançar o seu objetivo. É o que indicam os números divulgados no balanço nesta segunda-feira (13).

No período, a fintech de crédito com garantias somou perdas de R$ 81,5 milhões, o que representa uma queda de 31% na comparação com o prejuízo de R$ 117,8 milhões entre abril e junho. Na comparação com os meses de julho a setembro de 2022, a performance é bastante superior: o resultado mais recente representa uma redução de 68%. 

Como tem destacado o Finsiders, há uma evolução constante nos últimos dois anos. A fintech comandada por Sergio Furio também observou uma melhora na relação entre resultado líquido e receita, que ficou em -17% no terceiro trimestre. No trimestre anterior, o indicador estava em -24%. Um ano atrás, porém, era -61%.

“A nossa carteira manteve-se quase estável face ao ano anterior (aumento de 3% face ao ano anterior), refletindo uma subscrição mais restritiva e uma abordagem menos agressiva ao crescimento. Continuamos equilibrando crescimento e rentabilidade para que o crescimento do portfólio proporcione lucro bruto futuro, mantendo nossos olhos no impacto negativo de curto prazo relacionado ao crescimento (fornecimento antecipado de provisões e custo de aquisição de clientes)”, afirmou a empresa, em comunicado divulgado aos investidores.

As receitas da Creditas tiveram uma ligeira queda de 2,6%, saindo de R$ 495,3 milhões, entre abril e junho, para R$ 482,3 milhões, entre julho e setembro. Por outro lado, as receitas registraram expansão de 16,3% na comparação anual.

Reprecificação do portfólio

Quando o assunto é o lucro bruto, a empresa também registrou evolução. Entre julho e setembro, o lucro bruto foi de R$ 171 milhões, ante R$ 140,5 milhões, nos meses de abril a junho, o que representou avanço de 21,6%. Sobre julho a setembro do ano passado, quando o lucro bruto ficou em R$ 53,6 milhões, o crescimento foi de 218,8%. 

A empresa diz que isso foi possível graças à reprecificação do portfólio, o que colaborou para manter o custo do crédito estável. Ainda, destaca a tendência de redução dos juros nos próximos meses para um cenário mais favorável — segundo economistas ouvidos pelo Banco Central, hoje em 12,25% ao ano, a Selic deve encerrar 2023 em 11,75%. Em 2024, deve ficar em 9,25%.


“Estamos otimistas quanto à continuação destas tendências nos próximos trimestres em direção ao nosso objectivo de curso estável em 43%, à medida que os nossos novos empréstimos originados a preços mais elevados aumentam a rentabilidade média da carteira. A nova fase de redução da Selic acelerará esse processo e esperamos estar operando em níveis estáveis de lucro bruto em 2024”, afirma a Creditas.

Outro ponto importante do balanço é a relação entre lucro bruto e receita, na qual a fintech também vem apresentando números consistentes. Nos últimos 12 meses, o indicador saiu de 13% para 35,4%. “A nossa margem de lucro bruto é neutra em relação ao nível das taxas de juros da economia, mas tem compressão e expansão dependendo da velocidade da mudança nas taxas de juros”, diz.

Isso, de acordo com a companhia, acaba “impactando o custo de financiamento enquanto a reavaliação do empréstimo fica atrasada, devido à duração dos nossos produtos de empréstimo”.

Crédito estável

No terceiro trimestre, a carteira de crédito da fintech chegou a R$ 5,71 bilhões, desempenho praticamente estável sobre os três meses anteriores (R$ 5,79 bilhões). Por outro lado, houve uma ligeira alta de 3,14% na base de comparação com igual período do ano passado, que foi de R$ 5,53 bilhões. Neste ponto, a Creditas diz que mantém a política de restrições a financiamentos.

“Continuamos muito restritivos em nosso produto de financiamento de automóveis, mantendo principalmente nossas políticas padrão em produtos de car equity, home equity e crédito consignado privado, onde observamos baixa volatilidade neste ponto do ciclo. Dado o baixo valor do empréstimo destes produtos, acreditamos que a nossa categoria de produtos é ideal para manter a resiliência no ambiente atual”, finaliza. 

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