A 4ª onda de pagamentos com soluções para cada tipo de empresa

Precisamos estar preparados para uma nova grande transformação digital, com tecnologias avançadas e soluções inovadoras como criptomoedas e carteiras digitais, Open Banking e Pix, escreve Conrado Convento, diretor de produtos da 2GO Bank

O uso dos meios eletrônicos de pagamento pela internet e outros canais remotos, como apps e carteiras digitais, movimentou quase R$ 180 bilhões no primeiro trimestre de 2023, um aumento de 11% no comparativo com o mesmo período de 2022, conforme a Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviço (Abecs). Esses dados são frutos das grandes mudanças com uma velocidade surpreendente do setor de meios de pagamentos, desde a abertura do mercado

Já vivemos uma época de concentração bancária intensa, que já ficou para trás, quando a 1ª onda de pagamentos foi concentrada em duas credenciadoras com exclusividade de bandeiras. Nela, os quatro maiores bancos (dois públicos e dois privados) tomavam conta deste setor, no qual o uso do cartão de crédito se popularizava. Os aluguéis de maquininhas eram um grande negócio, limitado aos estabelecimentos que estavam dispostos a pagar para aceitar cartões e por um atendimento precário. Disponibilizar essas opções, aliás, tinha alto custo de aluguel de terminais, estruturas de taxas confusas e cobrança de serviços de manutenção.

Um novo conceito de arranjos de pagamento, que gerou oportunidades para aceitação por pequenos comerciantes e popularizou as maquininhas, marcou a 2ª onda dos meios de pagamentos. Medidas adotadas pelo Banco Central, por exemplo, permitiram que o público “desbancarizado” entrasse no sistema, com acesso a maquininhas a baixo custo e com o recebimento através de cartões pré-pagos (débito e crédito).

Concorrência

Também houve impacto na abertura da concorrência em novos segmentos, como grupos de telecomunicações e a indústria de cartões. As transações via cartão de crédito para pequenos comerciantes, inclusive, foram democratizadas com a venda das maquininhas e atendimento mais profissionalizado.

Na 3ª onda, com o crescimento e consolidação dos e-commerces e modelos de negócio omnichannel, as novas e tradicionais empresas do mercado de pagamentos investem cada vez mais em soluções que tragam segurança e praticidade, com um mercado amadurecido que gera uma nova dinâmica com as fintechs e os novos meios de pagamento.

Conrado Convento, diretor de produtos da 2GO Bank. Foto: Divulgação
Conrado Convento, diretor de produtos da 2GO Bank. Foto: Divulgação

Nesta nova fase, então, as empresas criam suas próprias áreas de pagamento, com o objetivo de gerar mais receitas com transações. São marketplaces, empresas de SaaS, ERPs, automações comerciais e até empreendedores, que passaram a ver a grande oportunidade que é gerenciar as transações financeiras dos seus clientes.

Transformação

Dessa forma, precisamos estar preparados para a 4ª onda de pagamentos, com uma nova grande transformação digital, tecnologias avançadas e soluções inovadoras como criptomoedas e carteiras digitais, Open Banking e pagamentos instantâneos (Pix). As empresas têm percebido essa tendência e estão investindo cada vez mais em soluções que tragam segurança e praticidade. Atualmente, é possível desenvolver diversos produtos para atender as demandas do mercado, sempre com alta tecnologia e com foco na necessidade de cada negócio.

Como exemplo podemos citar soluções como white-label personalizável e a API banking as a service (Baas). Hoje, é possível criar produtos completos com todas as especificidades necessárias para cada tipo de negócio. Neste momento, a criptoeconomia também entra com força. É possível converter moeda fiduciária (emitida pelos bancos centrais) para ativos digitais de forma instantânea, via Pix. A evolução dos meios de pagamento é cada vez mais rápida. Assim, um dos grandes desafios é a inovação, se adaptar para solucionar as dores dos clientes com boas soluções.

*Conrado Convento é diretor de produtos da 2GO Bank.

As opiniões neste espaço refletem a visão de founders, especialistas e executivo(a)s de mercado. O Finsiders não se responsabiliza pelas informações apresentadas pelo(a) autor(a) do texto.

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