Artigo | Inclusão financeira de mulheres é tarefa (e oportunidade) para fintechs

Por Patrícia Esteves*, especial para a Finsiders

De acordo com o IBGE, as mulheres representam mais da metade dos brasileiros. No mês da mulher, além de celebrar as conquistas históricas de mulheres para atingirmos a independência e os direitos garantidos hoje, somos convidadas a analisar as posições que ocupamos atualmente e, logo, a repensar os caminhos que devemos trilhar. No mercado financeiro, embora possamos apontar diversas conquistas, ainda é preciso muito trabalho e medidas efetivas de inclusão para o público feminino.

Patrícia Esteves, VP de marketing da Zoop (Crédito: Divulgação)

O setor financeiro é tradicionalmente dominado por homens: não apenas nos cargos de trabalho e liderança, mas também entre as pessoas que têm acesso aos serviços financeiros e bancários. No âmbito do acesso aos produtos e serviços bancários, dentre as 45 milhões de pessoas desbancarizadas, 6 em cada 10 são mulheres, segundo pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva.

A questão da desbancarização de mulheres tem diversas raízes, desde o preconceito e sexismo que há décadas colocou o homem como a figura responsável pelas finanças da família e excluiu a possibilidade de as mulheres serem responsáveis pelo dinheiro, até a falta de iniciativas concretas para incentivo à inclusão. Apesar de muitas serem excluídas do setor bancário, as mulheres têm um papel fundamental na economia e diversas delas acabam se tornando as responsáveis pelas finanças das casas, inclusive empreendendo – o que ficou ainda mais evidente durante a pandemia.

É aí que as fintechs, como a Zoop, têm um enorme potencial de colaborar para mudar essa conjuntura. Esses novos negócios já têm revolucionado o sistema financeiro brasileiro, criando serviços inovadores e de qualidade para todos, com o uso da tecnologia e a aposta no digital – indo contra a tendência dos bancos tradicionais.

Da mesma forma que as fintechs transformaram o mercado, ampliando a concorrência e trazendo os serviços para a palma da mão do brasileiro, no celular e de forma descomplicada, elas já estão criando alternativas de qualidade para as mulheres. É o exemplo do trabalho da Conta Black, que está contribuindo para a inclusão de mulheres negras e periféricas. Para quem quiser conhecer iniciativas efetivas para mudar essa realidade, recomendo a série especial do podcast da Zoop, que recebeu mulheres que trabalham efetivamente para a inclusão feminina no setor.

Para revertermos o número de desbancarizadas no Brasil e inserir mais mulheres no setor financeiro, é essencial desenvolver tecnologia que possibilite o acesso às mulheres que habitam nas regiões mais distantes das grandes metrópoles e olhar especificamente para as necessidades desse público.

Precisamos conversar de maneira aberta sobre dinheiro com meninas e mulheres, da mesma forma que falamos com os homens. Finanças também é assunto de mulher e as mulheres precisam se sentir acolhidas e representadas nesse mercado. Os primeiros passos para isso já foram tomados, mas precisamos seguir entregando soluções para transformar a vida das mulheres.

*Patrícia Esteves é vice-presidente de marketing da Zoop

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