Como as fintechs estão transformando o empreendedorismo

As fintechs mudaram o sistema financeiro do Brasil em um processo que não tem volta, escreve André Cunha, CEO da Ewally

Por André Cunha*, exclusivo para o Finsiders
Não há como negar que a tecnologia e o acesso facilitado à internet contribuíram para estimular ainda mais o empreendedorismo no Brasil, trazendo novos modelos de negócios que, anteriormente, não eram possíveis na economia tradicional. Novas formas de empreender por meio de inovações disruptivas e contínuas são construídas diariamente, a começar pelo sistema financeiro. Desde então, as fintechs conquistaram importante espaço no empreendedorismo brasileiro.

No passado, a oferta de serviços bancários era restrita a apenas instituições financeiras que, por sua vez, precisavam de altos investimentos financeiros e uma série de autorizações para atuar no setor. Não muito tempo atrás, eram necessários cerca de 2 bilhões de dólares para a criação de um banco. Hoje, o Open Banking e o Open Finance mudaram esse cenário, possibilitando o surgimento de fintechs, que disponibilizam soluções financeiras avançadas com baixo custo.

Tecnologias como a banda larga, os smartphones e a computação em nuvem ampliaram acesso a serviços bancários em todos os níveis socioeconômicos. O resultado disso é a oferta de contas digitais e operações financeiras com custos reduzidos, o que também estimula maior competitividade entre as empresas do ramo.

André Cunha, CEO da Ewally. Foto: DIvulgação
André Cunha, CEO da Ewally. Foto: DIvulgação

Atualmente, as empresas de tecnologia precisam ir além de contas digitais ou cartões para mostrar diferencial. Crédito facilitado com taxas menores, comparado às instituições bancárias tradicionais, é apenas uma das ofertas nos novos bancos.

É assim que as fintechs não estão apenas transformando o empreendedorismo, mas alcançando a população em geral. Mudando, muitas vezes, as expectativas das pessoas, tornando-as as maiores beneficiárias dessa revolução. A exemplo do Pix, meio de pagamento instantâneo que já lidera as transações entre pessoas físicas e jurídicas, impactando significativamente o sistema financeiro nacional.

As fintechs mudaram o sistema financeiro do Brasil em um processo que não tem volta, o que torna o futuro ainda mais promissor para essas empresas. Nos próximos anos, viveremos um período de consolidação das startups com foco no setor financeiro, o que fará com que somente empresas competitivas permaneçam nesse mercado.

Por outro lado, o alto nível de exigência elevará ainda mais a qualidade da tecnologia brasileira diante do mercado global, acelerando oportunidades para jovens que queiram atuar na construção destes sistemas. Está aí outra função das fintechs: abrir portas para carreiras inovadoras.

Já para os empresários, principalmente do setor de varejo, a contribuição das fintechs é por meio dos produtos e serviços oferecidos, que representam novas maneiras de cativar consumidores, como cashback, pontos e outros benefícios. Para vender bem, facilitar o acesso do cliente e diversificar formas de pagamento não precisa ser um gigante do comércio.

Basta ter visão de futuro, mente aberta para o novo e acreditar na competência dos nossos profissionais, que estão dando aula de desenvolvimento e exportando o sucesso nacional para o mundo – todos os ‘ensinamentos básicos’ deixados pelas fintechs.

*André Cunha é CEO e fundador da Ewally.

As opiniões neste espaço refletem a visão dos especialistas e executivos de mercado. O Finsiders não se responsabiliza pelas informações apresentadas pelo(a) autor(a) do texto.

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