O Banco Central (BC) apresentará no próximo dia 3 de outubro o cronograma definitivo para o Pix Automático, previsto para 2024. A informação é de Carlos Eduardo Brandt, chefe da Gerência de Gestão e Operação do Pix no BC, que participou do “Fintouch 2023”, evento da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs).
Segundo ele, os detalhes e as datas de todas as etapas serão divulgados na reunião plenária do Fórum Pix, na semana que vem. O primeiro cronograma anunciado pelo regulador colocava o lançamento do produto para abril do ano que vem. Apesar de não abrir mais informações, Brandt diz que “ajustes” devem ocorrer. “Estamos comprometidos e com esforços para oferecer um produto completo e flexível.”
Além do desafio de recursos humanos no BC, ele cita como aspecto a ser considerado o tempo para o desenvolvimento desse produto pelas empresas, financeiras ou não. Isso porque o Pix Automático depende não apenas da adesão das pessoas, como também das companhias que queiram oferecer esse recurso para seus consumidores.
“Não adianta lançar em abril se a empresa não estiver lá. Para isso, tem integração tecnológica e necessidade da empresa negociar com seu PSP [provedor de serviços de pagamento]”, diz Brandt ao Finsiders, após sua apresentação.
Agenda evolutiva
O Pix Automático é a prioridade e continuará como tal na agenda evolutiva do sistema de pagamentos instantâneos. “Chegou a vez dos pagamentos recorrentes”, definiu Brandt. “Temos trabalhado com máxima prioridade para entregar uma solução que atenda aquelas empresas que precisam receber de forma recorrente e com periodicidade definida. Já para quem paga, o Pix Automático representará tranquilidade, com toda a segurança que aquela transação necessita.”
Dessa forma, a modalidade será destinada a todo o tipo de companhia que queira dar essa opção de pagamentos recorrentes aos seus clientes. Assim, o produto poderá ser usado por escolas, academias, serviços de assinatura, streaming e outros perfis.
Conforme explica Brandt, a ideia é ter múltiplas jornadas de contratação, adaptadas aos diferentes modelos de negócio. “Para isso, vamos utilizar os trilhos do Pix e do Open Finance. É um trabalho de coordenação e convergência dos dois projetos.”
Outro tema prioritário no âmbito do Pix é a segurança. Nesse sentido, inclusive, o BC tem anunciado novas medidas para combater as fraudes e golpes. “Segurança é uma pauta contínua, com novas alternativas e tecnologias para combater o inimigo comum.”
Na agenda futura do sistema, ele cita as transações transfronteiriças, formas alternativas de iniciação de pagamentos (NFC e bluetooth, por exemplo), assim como a oferta de crédito via Pix.
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