O diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do Banco Central (BC), Mauricio Moura, disse nesta segunda-feira (18) que talvez haja “novidades” em relação ao Open Finance ainda em 2023. “Não posso falar agora porque não vou furar a divulgação que será feita pelos colegas do banco, mas é capaz que tenhamos novidade no Open Finance ainda esta semana”, afirmou o porta-voz do BC, durante a live semanal do órgão no YouTube.
De acordo com Moura, o uso do Open Finance no Brasil está numa fase de “consolidação e intensificação”. Ao todo, são mais de 42 milhões de consentimentos ativos, com uma média de 1,2 bilhão de dados sendo transferidos por semana nesse ambiente. “Em resumo, o Open Finance está plenamente operacional. E temos expectativa de que surjam cada vez mais soluções de mercado fazer melhor uso dos dados”, disse.
Nesse sentido, o diretor do BC voltou a comentar sobre os ‘super apps’, enfatizando que serão soluções desenvolvidas pelo mercado, e não pelo órgão regulador. “Não vai ter um ‘super app’, mas possivelmente terá ‘super apps’ concorrentes que vão tentar consolidar sua vida financeira num só lugar”, observou.
Pix
Durante a live, que fez uma retrospectiva do BC em 2023, Moura citou o crescimento do Pix, sistema de pagamento instantâneo que completou três anos em novembro último. Ao todo, o Pix soma mais de 157 milhões de usuários cadastrados.
“Entre outubro de 2022 e outubro deste ano, as transações cresceram quase 70%. Já os valores transacionados avançaram quase 60%. No início deste mês, batemos recorde de 178 milhões de operações por dia. Estamos caminhando para ter quase uma transação por brasileiro por dia. E o Pix está longe de entregar todo o seu potencial.”
Na agenda evolutiva do sistema, o BC prepara o Pix Automático para outubro de 2024. Inclusive, o órgão divulgou há cerca de duas semanas as regras para o funcionamento desse serviço. “Vamos continuar evoluindo nos próximos anos, com o Pix Internacional, que vem despertando grande interesse de outros países, mas isso deixamos para a retrospectiva de 2024”, disse.
Drex
Sobre o Drex, a versão digital do real atualmente em piloto, Moura enxerga nessa inovação uma nova “virada de página”, como ocorreu com o Pix. “O Drex vai trazer uma nova rodada de eficiência para a relação entre pessoas e empresas, e também empresas entre si”, afirmou.
Conforme o diretor do BC, os testes estão “evoluindo bem” e vão continuar por todo o ano que vem. “Vamos fazer muita força para que o Drex esteja disponível no fim de 2024, mas existe uma grande possibilidade de ele vir só em 2025”, afirmou.
“O Drex é tão inovador que não se trata de montar um quebra-cabeça com peças que já existem. Na verdade, para o Drex funcionar, é preciso desenvolver novas peças tecnológicas que estão na fronteira do conhecimento.”
Veja também:
BC lança primeira consulta pública para regulamentação do mercado de criptoativos
O futuro do setor, segundo o presidente do BC: tokenização, marketplaces e soluções para nichos