Com uso de Inteligência Artificial (IA), a Okai quer descomplicar o compliance regulatório, principalmente no setor financeiro. Em operação desde 2021, a startup vem crescendo cerca de 40% ao ano, já atende nomes como o banco Bradesco e a administradora de cartões DM, e prevê fazer a primeira captação de investimentos em 2025. A empresa também está investindo em novas funcionalidades em sua plataforma.
Batizada de Aila, a IA da Okai foi treinada com mais de 100 mil itens regulatórios, como normas e textos técnicos de órgãos como Banco Central (BC), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados (Susep), Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), entre outros. Além das novidades regulatórias, a tecnologia varre uma biblioteca de cursos, vídeos e artigos sobre finanças, contabilidade e compliance.
Em conversa com o Finsiders Brasil, o CEO e co-fundador, Bruno Rodrigues, explica que a plataforma da Okai oferece um panorama em tempo real e histórico das regulamentações, assim como permite filtrar o que impacta cada perfil de empresa. “Se uma norma impacta apenas instituições financeiras do segmento S3, por exemplo, a Aila consegue identificar e segmentar as regras que valem para esse perfil”, diz.
Mesmo com o potencial da IA, o empreendedor ressalta que a empresa tomou cuidado na aplicação da tecnologia. “Compliance não é receita de bolo”, enfatiza. Segundo ele, a Aila foi treinada para executar tarefas da maneira mais parecida possível com a realizada por consultores especializados na área. Mas a IA não resolve tudo. “Deixamos para os seres humanos a interpretação de nuances, o que está fora do texto da norma.”
Próximos passos
Entre as novas funcionalidades, Bruno conta que a Okai está desenvolvendo uma matriz de risco mais abrangente, que envolve não apenas o compliance regulatório, mas também o compliance interno das empresas. Isso inclui temas como políticas internas, gestão de documentos e treinamento de equipes. “Um exemplo é a adequação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que exige conformidade em várias frentes”, cita ele.
Atualmente com mais de 100 clientes corporativos, a Okai atende instituições financeiras, gestoras de recursos e companhias abertas de outros setores. De acordo com o CEO, o foco é o setor financeiro, mas a startup pretende expandir a atuação para outros mercados regulados, por exemplo, saúde e saneamento básico.
Até agora financiada com recursos próprios dos sócios, a Okai planeja buscar investimentos externos no ano que vem. “Queremos acelerar. Esperamos um cenário mais favorável no primeiro semestre de 2025”, diz Bruno. O empreendedor conta que a startup está sendo acelerada pela Plug and Play e se tornou membro do hub de inovação do Insper.
Aliás, o também fundador da Okai, Eric Barreto, divide a atuação na startup com as aulas de Finanças e Contabilidade na instituição de ensino. Já Bruno fez carreira em tecnologia, na área de Desenvolvimento de Software. Além de professor, Eric é sócio da consultoria M2M Saber, especializada em contabilidade e finanças, que foi o “berço” da Okai.
Do arquivo Finsiders Brasil: