Com sinal verde da CVM, QI Tech começa a operar como corretora

A Anbima também concedeu a autorização para a QI Tech, que será a primeira fintech de crédito a operar como DTVM

A QI Tech, fintech que tem uma plataforma ‘as a service’ com produtos e serviços bancários, acaba de receber a autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) para tirar do papel a QI DTVM, a sua Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM). É a primeira fintech de crédito no Brasil que vai operar como corretora.

O sinal verde dos órgãos reguladores era aguardado desde janeiro, após autorização do Banco Central (BC) em dezembro último. Com a DTVM, a ideia é administrar e fazer a custódia de fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) e demais fundos, o que deve trazer um acréscimo para a receita da ordem de 15%. É o que afirmou o CEO e fundador da QI Tech, Pedro Mac Dowell, em conversa com o Finsiders no começo de 2023.

A fintech já oferece banking as a service (BaaS), credit as a service (CaaS), onboarding digital e sistema antifraude. Assim, completa o que chama de “one-stop-shop” do crédito.

“Hoje nós podemos ir desde o onboarding, motor de regras e antifraude até a venda do título de crédito para o FIDC, passando pela emissão da CCB ou nota comercial e pelo banking. Com mais essa etapa, conseguimos automatizar toda a operação e gerar eficiência para a cadeia”, afirma o CEO da empresa, em nota.

A expectativa é encerrar o ano com R$ 10 bilhões em ativos sob administração, o que representaria um crescimento de 72,4% sobre os R$ 5,8 bilhões registrados no ano passado. Atualmente, a QI Tech soma cerca de 300 clientes — na lista estão nomes como Vivo, Unidas, QuintoAndar e Enjoei — e emite cerca de R$ 600 milhões em crédito para diferentes setores por mês.

24 por 7

Segundo Pedro, o objetivo é que os fundos possam funcionar 24 horas por dia, com operações instantâneas e todos os processos de back-office automatizados. A partir daí, a meta é avançar em outras duas verticais: uma infraestrutura de investimentos e uma corretora de câmbio, ambas no modelo ‘as a service’.

Em investimentos, por exemplo, esse modelo possibilitará que agentes autônomos de investimentos (AAIs) ou fintechs possam utilizar a infraestrutura white-label da QI DTVM para ter mais flexibilidade e aumentar a gama de produtos aos clientes, elevando a receita potencial de suas operações.

Já em câmbio, será possível oferecer uma modalidade inédita de ‘buy now, pay later’ (BNPL) crossborder, em que o brasileiro poderá parcelar uma compra realizada nos Estados Unidos, por exemplo.

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