Como a Foregon vai crescer seu marketplace em 2022

Vencedora na categoria “fintech” no ano passado e uma das apostas para 2022, segundo a primeira edição do Distrito Awards, a Foregon avança em seu objetivo de ser o principal marketplace de produtos financeiros dos brasileiros. A empresa acaba de lançar o CPF protegido e prevê ter uma nova vertical, a de empréstimos, ainda neste ano.

Desde que Gustavo Marquini assumiu como CEO da Foregon, e mudou o posicionamento da empresa de B2B para B2C, a empresa viu seu faturamento crescer 86x. Somente em 2021, esse indicador triplicou em relação a 2020.

“A partir de 2016, o usuário passou a ser a nossa prioridade. Com isso tivemos mudanças profundas, passando por pilares fundamentais hoje na empresa como cultura, tecnologia, experiência e comunicação com o usuário”, afirma Gustavo, ao Finsiders.

A fintech nada mais é que um portal que reúne informações sobre produtos e serviços financeiros para um público das classes C, D e E, considerados os consumidores mais vulneráveis e com menos acesso ao crédito.

É algo semelhante ao Guiabolso – comprado pelo PicPay em julho do ano passado –, cujo aplicativo unifica contas e cartões, analisa os dados da pessoa e seleciona os produtos financeiros adequados a cada perfil de usuário. Mas, na visão de Gustavo, enquanto o Guiabolso ajuda mais a evitar o descontrole financeiro, a Foregon tem como foco oferecer aos usuários os melhores produtos.

Hoje, sua principal solução é o marketplace de cartão de crédito. No total, a fintech tem mais de 30 instituições financeiras plugadas em sua plataforma de comparação, incluindo contas digitais. A ideia é lançar a vertical de comparação de empréstimos neste ano — a modalidade já está rodando em MVP.

Enquanto isso, a empresa segue a atrair novos usuários expandindo seus serviços gratuitos. Há pouco mais de uma semana, lançou o CPF Protegido, que permite que o usuário receba alertas por e-mail se alguma empresa ou órgão consultar seu CPF ou quando uma dívida for lançada ou regularizada no seu CPF.

Esse novo serviço é uma extensão da consulta de score, em funcionamento há mais de um ano, em parceria com a Boa Vista.

Uma pesquisa recente realizada pela própria Foregon, em novembro de 2021, levantou que 21,2% dos brasileiros consultam o CPF com muita frequência e 26,2% frequentemente. Os percentuais somados representam quase a metade dos brasileiros que dizem preocupados com a saúde financeira, ao consultar o documento.

Assim, a empresa liderada por Gustavo acredita que, com este lançamento, a base de cadastrados deve dobrar nos próximos três meses. Nos últimos 12 meses, foram mais de 24 milhões de visitas e mais de 1,4 milhões de contas criadas recebendo essas recomendações.

Para obter esse serviço, a pessoa física chega a arcar com um custo médio de R$ 250.

No portal, após fazer um cadastro rápido, já há um aviso sobre opções de cartões de crédito, contas e empréstimo que se adequam à necessidade daquela pessoa especificamente. São mais de 350 ofertas disponíveis.

“O CPF protegido está no ar desde o dia 13. Estamos disparando em média 50 mil alertas, agora diariamente. No primeiro ano desse novo produto, estimamos que serão disparados 27 milhões de alertas”, diz Gustavo.

Problema e oportunidade

Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostra que, atualmente, sete em cada dez famílias do Brasil estão endividadas. Ao mesmo tempo, o indicador de demanda por crédito pelo consumidor da Serasa Experian aumentou 7,2% em dezembro do ano passado na comparação com novembro. No acumulado do ano, a alta foi de 19,4%.

Onde há “dor”, há oportunidade para as startups, inclusive fintechs. Tanto é que a ideia de marketplace de produtos financeiros não é algo novo. O Guiabolso vinha fazendo isso até ser comprado pelo PicPay.

A Serasa, além de ter a consulta gratuita de score, também oferece a opção de busca por ofertas de crédito, por meio do Serasa eCred. Ao mesmo tempo, nomes como Bom Pra Crédito e FinanZero já são fortes no modelo de marketplace de crédito para pessoas físicas.

Leia também:

Estamos no início da onda de crédito digital PJ, diz fundador da Finpass

Cartão de crédito com limite dinâmico é a nova aposta do alt.bank

A estratégia da Mutual para liberar R$ 300 milhões em crédito em 2022

Banco Central acelera pleitos de fintechs de crédito