Banco Central acelera pleitos de fintechs de crédito

Em um mercado que movimenta trilhões de reais e pouco acessível para a maioria das pessoas, sejam elas físicas ou jurídicas, é natural que o segmento atraia cada vez mais as fintechs. Não por menos, o ano fechou com 64 empresas enquadradas como Sociedades de Crédito Direto (SCD), de acordo dados apresentados pelo Banco Central (BC).

Conforme apurou o Finsiders, no começo de novembro eram 57, o que indica um movimento inclusive do BC para aprovar os pleitos.

Este cenário já havia sido mencionado pela chefe do Departamento de Organização do Sistema Financeiro do BC, Carolina Pancotto Bohrer, em live realizada pela Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs) no final de novembro.

Já na ocasião, ela mostrava preocupação em fazer a fila de pedidos andar, já que a tendência era, e ainda é, de uma demanda crescente. Segundo a especialista, existiam 42 pleitos de fintechs de crédito, o que inclui as Sociedades de Empréstimo entre Pessoas (SEP).

Desde 2018, quando essas companhias foram autorizadas e regulamentadas pelo BC, foram mais de 140 pedidos.

Agora, de acordo com os números divulgados esta semana pelo regulador, o Brasil possui 74 fintechs de crédito, incluindo as 10 SEPs.

Recarga Pay, banQi (da Via) e Provu (ex-Lendico) são alguns exemplos de companhias que tiveram o aval do BC para operarem como SCD neste ano.

“Caracterizadas pelo uso intensivo de tecnologia, e atuando exclusivamente por meio eletrônico, as SCD/SEP apresentam um grande potencial de ampliação da capilaridade do SFN (Sistema Financeiro Nacional), como mostra o Relatório de Economia Bancária (REB) de 2020”, afirma Antônio Guimarães chefe de subunidade no Departamento de Regulação do Sistema Financeiro (Denor) do Banco Central, em nota.

Segundo ele, a autorização das fintechs de crédito se insere nas ações de incentivo à inovação empreendidas pelo regulador, da qual fazem parte, entre outros projetos, o Sandbox Regulatório e Open Banking, tudo dentro da Agenda BC#. “Elas possuem potencial para reduzir o custo do crédito e aumentar o acesso da população ao SFN, como prevê a Agenda BC#”, avalia Guimarães, na mesma nota.

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