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O que redes varejistas como Polo Wear, Casa das Alianças, Espaçolaser e Vestcasa têm em comum? Todas oferecem um cartão private label, administrado pela Credz, numa estratégia de co-branded com a Visa.
Fundada em 2012, administradora e bandeira de cartão de crédito se intitula como a ‘fintech do varejo’, com foco em pequenos e médios varejistas, que faturam entre R$ 50 milhões e R$ 1 bilhão, de diversos setores, e atendem principalmente às classes C e D. Um nicho pouco explorado e atendido por grandes bancos, argumenta José Renato Simão Borges, presidente e sócio da Credz.
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O negócio é controlado pela família Zogbi — que vendeu a financeira de mesmo nome para o Bradesco em 2003 por R$ 650 milhões — em sociedade com Borges, um experiente executivo do setor financeiro e ex-diretor da financeira e da área de cartões do Bradesco.
“Nossa estratégia é estar no PDV dando acesso para o público de classe emergente realizar seus sonhos de consumo”, diz Borges, em entrevista exclusiva ao Finsiders.
Quando fala em dar acesso a soluções financeiras, ele se refere ao cartão de crédito private label, com conta digital, programa de fidelidade, marketplace, seguros e, em breve, produtos de investimentos, revela o executivo.
Para os varejistas, a Credz também vem incrementando a oferta, com soluções tecnológicas e de marketing. “Temos APIs integradas no check-out, em que o varejista consegue colocar venda de seguros e outros serviços, como pagamento de contas e recarga de Bilhete Único”, exemplifica Cleber Ferraz, diretor-geral da Credz. A ideia é fazer o que ele chama de ‘inclusão digital’ de uma base que já soma mais de 5 mil lojistas.
Para apoiar o varejo na retomada econômica, a Credz vem se fortalecendo do ponto de vista de funding. Em junho, concluiu a captação da quinta série de R$ 240 milhões para o seu FIDC, sendo R$ 180 milhões em cotas sêniores e o restante (R$ 60 milhões) em cotas mezanino, com procura de duas vezes o valor ofertado. XP e banco BV atuaram na estruturação e distribuição do fundo com prazo de pagamento de 36 meses.
Em julho, captou a sexta série de R$ 306 milhões para o fundo, numa operação coordenada pelo banco BV (líder) e pela XP. “É o recurso que vai dar sustentação para o crescimento neste segundo semestre”, explica Borges.
Neste ano, até o primeiro semestre, a fintech já triplicou sua carteira, para R$ 1,5 bilhão. As receitas cresceram mais de 40% e as compras feitas com os cartões administrados pela Credz passam de R$ 4 bilhões. A expectativa é alcançar um faturamento de R$ 6 bilhões este ano, diz o executivo.
“A carteira cresceu 3x. Estamos com despesas contidas, inadimplência sob controle.”
Até o primeiro semestre, a empresa vendeu 400 mil cartões. Parece pouco, mas em 2020 inteiro esse número foi 500 mil. A expectativa é bater 1 milhão de cartões em 2021 como um todo, o que levaria o total já emitido para 3 milhões. Em média, por mês, a empresa vem abrindo de 80 mil a 90 mil cartões.
A Credz também se prepara para ampliar a variedade de segmentos do varejo atendidos. Hoje, está presente em 550 redes de pequeno e médio porte, incluindo moda, vestuário, confecções, materiais de construção, entre outros, que somam 5 mil lojistas. Agora, mira setores como supermercados, farmácias, pet e cosméticos. “Vamos ter a foto do animal de estimação no cartão. Estamos discutindo com as maiores redes para levar esse produto”, revela Borges.
Questionado sobre a concorrência com plataformas digitais de marketplaces e grandes varejistas, que vêm ‘embutindo’ cada vez mais serviços financeiros para os clientes, o executivo diz que “uma coisa é oferecer serviço financeiro, outra é dar solução de crédito”. E acrescenta, citando que a Credz tem um aplicativo há algum tempo e, recentemente, incluiu a conta digital.
“Não abrimos conta só por abrir conta. Estamos no varejo dando crédito para o público consumir. Nosso limite médio é de R$ 800, e a fatura média, R$ 500”, diz o executivo. Embora já tenha emitido mais de 2,5 milhões de cartões na história, atualmente a Credz soma mais de 1 milhão de clientes aptos a usar o produto.
Na ‘disputa’ por redes varejistas, a Credz não está sozinha. A Sorocred mudou de nome há quase um ano para Afinz, num reposicionamento que coloca a financeira criada em Sorocaba como uma instituição de estrutura mais aberta, abrindo suas portas para novas parcerias, conforme o CEO Claudio Takasahi Yamaguti contou ao Finsiders, em setembro do ano passado. Em abril deste ano, a empresa recebeu licença do Banco Central para operar como banco múltiplo.
Outro player que opera private label, principalmente com foco no varejo supermercadista, é a DMCard, que soma mais de 4,2 milhões de cartões aprovados para mais de 300 redes varejistas e 2,5 mil lojas. No ano passado, o braço de investimentos do grupo, chamado Eldorado, comprou 40% da fintech Capittale, de antecipação de recebíveis.
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Redação: Conteúdos produzidos pela equipe de jornalistas do Finsiders,
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