Destrava Aí quer “destravar” a infra para recebíveis de cartões e faz parceria com Celcoin

A fintech deve anunciar em breve acordos com outros quatro players de BaaS, diz o CEO, Cesare Rollo Iacovone (à esq. da foto), ao Finsiders

Fundada em 2021, quando passaram a valer as novas regras para o registro de recebíveis de cartões, a Destrava Aí nasceu como uma solução de gestão de recebíveis para pequenos e médios empreendedores. O aplicativo integrava métodos de pagamentos e consolidava os recebíveis das PMEs. 

No entanto, como toda startup com foco no público final (B2C), escalar não foi algo simples. A saída, então, foi pivotar o modelo de negócio para o B2B. A mudança ocorreu neste ano. “Percebemos que nossa especialidade é infraestrutura em gestão de garantias”, conta ao Finsiders o CEO e fundador da Destrava Aí, Cesare Rollo Iacovone, ex-Mercado Pago

Com tecnologia própria, que roda via APIs, a fintech aposta em uma solução que pode ser embutida em plataformas de bancos, fintechs, subadquirentes, FIDCs e ERPs, cujos clientes são as PMEs. Na prática, a Destrava Aí permite que essas empresas possam abrir novas frentes de negócios, sem mudança no fluxo operacional da bancarização e no uso de contas vinculadas. 

“O banco e a fintech precisam se preocupar com a originação, execução desse crédito e gestão de risco, mas não têm que se tornar especialistas em garantia”, explica Cesare. “Nosso objetivo é que o financiador possa dar crédito usando os recebíveis como garantia.”

Nesse sentido, a Destrava Aí está integrada às quatro registradoras de recebíveis de cartões autorizadas pelo Banco Central (BC) — CERC, B3, Núclea (antiga CIP) e TAG (da Stone). O foco inicial da startup é o mercado de cartões. O plano é atuar, ainda, com as chamadas duplicatas eletrônicas, modelo que acaba de ser regulamentado pelo BC.

O CEO não abre números ou nomes de clientes. Ele diz apenas que “milhares de empresas” atualmente acessam crédito por meio das empresas clientes da Destrava Aí, entre elas, bancos, fintechs e FIDCs. 

Parcerias com BaaS

Enquanto busca “destravar” seu espaço na arena dos recebíveis, a fintech está fechando acordos com players de banking as a service (BaaS). O plano, assim, é avançar na distribuição de sua solução. A primeira parceria, revela Cesare, é com a Celcoin, que fornece infraestrutura de tecnologia financeira e bancária para mais de 370 bancos e fintechs. 

Outras quatro empresas de BaaS estão no pipeline de integração e devem ser anunciadas até o fim do ano. “Nosso objetivo é ser uma solução agnóstica“, afirma o empreendedor.

“Abstrair complexidades”

No caso da Celcoin, a parceria permite à empresa ampliar o escopo de operações de crédito para seus clientes, com a oferta de antecipação e crédito com garantia de recebíveis. “Do nosso lado, passamos a ter acesso à base de clientes da Celcoin”, afirma o CEO. “É o ‘embedded’ do ‘embedded’”, brinca Cesare.

Segundo André Fellin, sócio e head de crédito da Celcoin, a empresa conseguirá fornecer acesso ao universo de recebíveis de cartão aos seus clientes, “abstraindo a complexidade da integração com as registradoras”.

O acordo é também um exemplo de como a fintech agrega soluções parceiras em temas específicos da jornada de crédito. “Montamos um ecossistema de soluções desenvolvidas por especialistas, enquanto focamos no core da nossa plataforma de crédito”, diz ele, em nota.

Foto: Cesare Iacovone, fundador e CEO; Matías Rodríguez, CTO; e Marcos Fernandes, cofundador e CRO, da Destrava Aí. Crédito: Divulgação.

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