Fator abre as portas para startups; IA e tokenização estão no radar

Um dos conglomerados financeiros mais tradicionais do país, com mais de 50 anos, o Fator quer fazer negócios com startups. Para isso, o banco montou um programa de inovação aberta, batizado de Fator Inova, que já tem projetos rodando — e agora vai em busca de iniciativas que usam inteligência artificial (IA). O desafio será aberto nas próximas semanas, revela Thiago Moreno, head de inovação do Fator.

“Para o desafio de IA, nosso foco são algoritmos preditivos, principalmente pensando em gestão de risco e análise de crédito”, diz Thiago. Ele chegou ao banco em janeiro deste ano com a missão de estruturar a área de inovação do Fator, depois de trabalhar por mais de 11 anos na ArcelorMittal. Lá esteve envolvido com o laboratório de inovação do grupo siderúrgico, o Açolab. 

Outro tema no radar do Fator é a tokenização. “É um assunto novo, uma grande tendência, que pode tornar as rotinas e os processos do mercado financeiro mais ágeis. Então, estamos olhando como isso pode agregar em algum processo que leve essa agilidade para nossos clientes”, diz Thiago. 

Foco

Com o Fator Inova, de maneira geral, o objetivo é encontrar startups que tenham conexão com os desafios do banco. Na mira estão empresas que já atingiram o “product market fit”. Dessa forma, a intenção é desenvolver provas de conceito (POCs) que podem resultar, assim, na contratação como fornecedor da instituição. 

O programa não prevê investimento nas startups, explica Thiago. Porém, ele não descarta uma mudança do modelo no futuro. “No curto prazo, não temos intenção de investir nas startups”, diz ele. “Hoje a estratégia do banco é fazer com que nossos processos e dos clientes sejam mais suaves por meio da inovação aberta. Depois que [a iniciativa] tiver evoluído, aí o céu é o limite.”

Em andamento

Atualmente, o programa tem 8 projetos no portfólio. Desses, dois já foram implementados, outros três estão em piloto e mais três estão em fase inicial para integrar a carteira. Sem abrir nomes ou detalhes, Thiago diz que os projetos implementados envolvem uma tecnologia de OCR (sigla em inglês para reconhecimento óptico de caracteres) para leitura de balanços e uma solução de monitoramento de safras via satélite.