NG.Cash, fintech para a geração Z, entra em cripto

A NG.Cash, carteira digital para a geração Z, começa a oferecer negociação de Bitcoin e Ethereum em parceria com a Parfin

Há quase um ano, a NG.Cash — carteira digital destinada à geração Z — recebeu um generoso seed money de US$ 10 milhões para, entre outros objetivos, ampliar a oferta de produtos. Agora, a fintech avança nessa estratégia com o lançamento do serviço de negociação de criptomoedas. É o primeiro movimento feito na direção de aumentar seu portfólio e também a iniciativa inaugural da empresa no mundo dos investimentos.

A partir de hoje (12), o serviço está sendo liberado para um grupo menor de clientes inscritos em uma lista de espera no site da fintech. A expectativa é disponibilizar para toda a base — mais de 1 milhão — até o fim de agosto. Nesta fase inicial, será possível comprar e vender Bitcoin e Ethereum com tíquete mínimo de R$ 1. Ao longo do tempo, a intenção é incrementar as opções de investimento em cripto, conforme votação dos próprios usuários. Durante o programa beta, não haverá taxa — depois será cobrado 1,5%.

“Recentemente, lançamos a lista de espera no site, e não anunciamos nada nas redes sociais. Então, organicamente os usuários começaram a se cadastrar. Já estamos com o dobro de pessoas interessadas em relação ao que estávamos querendo nessa etapa inicial. É um bom sinal”, conta Petrus Ballhausen Arruda, cofundador e COO da NG.Cash, em entrevista ao Finsiders.

Para colocar de pé o serviço de negociação de cripto, a fintech utiliza a solução de infraestrutura institucional para ativos digitais da Parfin, que cuida da custódia e corretagem de cripto, em conformidade com as exigências regulatórias e várias camadas de segurança. “E nós fazemos toda a parte de atendimento, relacionamento com cliente, CX [customer experience], além da própria interface do serviço no app”, diz Petrus, citando que o produto foi lançado em menos de 3 meses graças à parceria.

Educação financeira

Assim como no processo de abertura de conta, os usuários menores de idade que quiserem negociar cripto precisam da aprovação dos pais ou responsáveis. Além disso, a fintech disponibiliza recursos de gamificação e educação financeira embutidos no app e controles de limites. “Os clientes precisam entender que cripto é volátil, oscila muito, e que a ideia é colocar uma grana para investir com foco no longo prazo”, afirma o empreendedor.

Essa modalidade de investimento, aliás, vem sendo cada vez mais procurada por jovens investidores em busca de novas alternativas para diversificar a cesta de aplicações. Tanto é que a geração Z representa 46,2% dos brasileiros que investem em criptomoedas, de acordo com dados divulgados no ano passado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Da esq. para a dir., Petrus Arruda, Mário Augusto de Sá, Luís Felipe Carvalho, Gabriel Munhoz (Neox), Victor Trindade (Eagle) e Antônio Nakad - com o computador. Foto: Divulgação
Da esq. para a dir., Petrus Arruda, Mário Augusto de Sá, Luís Felipe Carvalho, Gabriel Munhoz (Neox), Victor Trindade (Eagle) e Antônio Nakad – com o computador. Foto: Divulgação

No caso da NG.Cash, não é diferente. Em pesquisas feitas com a base de clientes para avaliar o interesse por opções de investimento, a empresa notou que uma parcela relevante dos usuários citava as criptomoedas, diz Petrus. Segundo ele, a geração Z é naturalmente mais poupadora, e enxerga as criptos como uma das alternativas nesse sentido.

Portfólio

Atualmente, além do serviço que acaba de ser lançado, a NG.Cash — que opera como instituição de pagamento (IP) — oferece a carteira digital com Pix, pagamento de boletos, cartão pré-pago com função crédito internacional bandeira Mastercard, além de recursos como recarga de celular e jogos, personalização do app com ‘skins’ exclusivas, gerenciamento de mesada e marketplace de descontos.

“A ideia é evoluir com os clientes. Queremos ser o banco dessa geração”, diz Petrus. Isso significa, portanto, ir adicionando novos produtos e serviços conforme os clientes evoluem na jornada financeira.”

Mercado

Cada vez mais bancos digitais e fintechs — entre eles, Nubank, Inter, Mercado Pago e PicPay — têm oferecido produtos de cripto para seus clientes. Ao mesmo tempo, cresce também o interesse de diferentes players pelo público das novas gerações.

Todos os nomes acima e outros como Next (do Bradesco), C6 Bank e Z1 estão de olho nesse filão, que já soma quase metade do consumo global, conforme estudo do Credit Suisse com a Nielsen.

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