Investidores da Astella, Ace Ventures e Volpe Capital dão dicas sobre captação de recursos

Levanta a mão aí o empreendedor que gosta de saber o que investidores experientes pensam, como elegem as startups, e quando abrem a carteira?

Se você tem uma startup e não ler isso, não sabe o que está perdendo! Então, recomendamos fortemente que continuem.

Lucas Abreu, da Astella, conduziu (e participou de) a conversa com Bernardo Carneiro, sócio da Stone, Milena Oliveira, da Volpe Capital e Pedro Waengertner, da ACE Ventures, no painel “Caminhos de crescimento para startups”, durante o evento Partner Summit, promovido pelo Stone Partner Program, ecossistema de parcerias da Stone. A abertura do evento foi de Augusto Lins, ex-presidente e conselheiro da fintech.

Foram tantos insights, que preferimos citá-los textualmente, e organizá-los em quatro blocos: o que recomendam para a captação de recursos junto a investidores; o que mais valorizam no perfil dos empreendedores; como avaliam se o produto “pegou” – em inglês, Product Market Fit (PMF); e como as startups podem surfar a onda da Inteligência Artificial.

Captações

“O Plano A de toda startup deve ser não captar dinheiro com investidor; o melhor dinheiro é o dinheiro do cliente”

“Captar dinheiro com investidores é como anabolizante pra atleta: se não for treinar na academia, não resolve”

“Foi-se o tempo em que fazer rodada de captação era o sonho de toda startup; essa moda passou e agora só é bom captar quando não precisa. O dinheiro tem de ser um acelerador dos negócios, e não o salvador”

“É preciso ter clareza e planos para alocar o capital captado. Não adianta dizer que vai 30% para marketing, 40% para produtos e 30% para novas contratações”

“Primeiro tem que fazer o motor funcionar, só depois que se deve procurar combustível para andar e crescer”

“O inverno dos venture capital foi bom para todos. Dar um pedaço da empresa em troca de recursos custa caro. É preciso ter foco, disciplina e apostar no crescimento saudável.”

“Rodadas de captação tiram o foco do negócio. O empreendedor perde muito tempo com planilhas, pitches e negociações de contratos, deixa de cuidar da empresa”

“Na hora de captar, para ter sucesso é preciso analisar o perfil dos fundos de venture capital primeiro, detectar os que mais tem sinergia e apetite para o seu negócio. Depois, conversar com outras startups investidas. O empreendedor precisa fazer a lição de casa, abrir portas por conta própria. É a melhor maneira de provar competência”.

Perfil vencedor

“Ele precisa ser obcecado, ter um sonho de deixar um legado, sua marca no mundo, e saber como atrair talentos”

“Identificar os empreendedores com perfil de sucesso é mais sobre recrutamento e seleção de pessoas do que sobre análise de investimentos. Mas precisamos fugir da armadilha do ‘carisma’ e de vieses pessoais nessa análise, o que é bem difícil”

“É sobre formação do time, os primeiros cinco contratados revelam muito”

“O empreendedor precisa provar consistência, resiliência, capacidade de energizar a equipe mesmo em tempos difíceis, saber articular, dividir e atrair talentos”

Product Market Fit

“Nós investidores sempre tentamos colocar ciência em uma decisão que não é científica, ao contrário, é bem subjetiva. Mas um bom indicador é quando o dinheiro do investidor passa a ser acelerador, não redentor”

“No começo toda startup deve focar em um produto, um canal e uma persona. Depois que esse primeiro produto der certo, aí sim é hora de pensar em multi – multiprodutos, multicanal, vários públicos”

“Foco, disciplina e crescimento sustentável são os principais pilares”