Open Finance e regulamentação devem impulsionar uso de IA, dizem especialistas

A mensuração do retorno é um dos principais desafios no que diz respeito à aplicação dessa tecnologia, diz Rafaela Helbing, CEO da Data Rudder

O avanço do Open Finance no Brasil e a regulamentação da inteligência artificial (IA) — atualmente há um projeto de lei em tramitação no Senado — terão um papel fundamental para a evolução das soluções que utilizam a tecnologia. Especialistas enxergam uma aplicação cada vez maior em áreas como análise de risco de crédito, onboarding e prevenção a fraudes. Além disso, a tendência é que os produtos e serviços financeiros se tornem mais personalizados. 

“A IA não é ‘buzzword’. É uma revolução que está transformando o mercado financeiro”, afirma Thiago Saldanha, CTO da Sinqia, empresa de tecnologia para o setor financeiro, em painel durante o “Sinqia Summit”, com moderação de Danylo Martins, fundador do Finsiders.

De acordo com o executivo, ao combinar IA com dados de Open Finance e outras informações para além dos birôs, é possível disponibilizar produtos de crédito mais assertivos, com maior velocidade e personalização na oferta. “A competição passa a ser cada vez mais por experiências personalizadas”, complementa Lucas Carvalho, product marketing manager da Sinqia

Modelos transparentes

A mensuração do retorno ao utilizar IA é um dos principais desafios, aponta Rafaela Helbing, CEO da Data Rudder, que oferece uma plataforma de analytics baseada em IA e auto machine learning (AutoML). “Quando teve o boom da IA, muitas empresas correram para montar times e desenvolver soluções inovadoras. Mas no final do dia precisamos saber mensurar quanto, de fato, elas estão trazendo de retorno.”

Outro desafio é a falta de regulamentação sobre o uso de algoritmos de IA. “Temos que ficar de olho nisso para não criar tecnologias que sejam exclusivas. Precisamos, então, trabalhar modelos transparentes em que se consiga entender o que a IA está aprendendo e porquê, e quais os pesos que está dando para cada informação”, defende Rafaela. 


Com a explosão de fraudes envolvendo serviços financeiros, a IA ganha força, ainda, para detectar padrões de comportamento de fraudadores. “Assim como tivemos a evolução do Pix, que é uma forma rápida de transacionar, ao mesmo tempo veio o desafio da velocidade transacional, que é um prato cheio para o fraudador”, diz a empreendedora. Atualmente, a Data Rudder consegue detectar até 78% de contas laranjas e até 80% de fraudes em Pix, com 99% de taxa de aprovação.

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