Susep divulga projetos selecionados para sandbox

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) divulgou na última semana os 11 projetos selecionados para participar do sandbox. Esse modelo regulatório funciona como um ambiente experimental constituído com condições especiais, limitadas e exclusivas que não representem barreiras à inovação. O objetivo é reduzir os custos e facilitar os processos para os consumidores, com foco na melhoria da experiência do usuário.

Os seguros a serem oferecidos incluem proteção para smartphones e outros dispositivos portáteis; automóveis, animais domésticos, acidentes pessoais, funeral; residência e estabelecimentos comerciais. Segundo a autarquia, haverá ainda oferta de seguros intermitentes, usados sob demanda, assim como seguros paramétricos para desastres, de acordo com alertas das autoridades públicas de cada estado.

Entre os projetos selecionados estão as insurtechs Pier, thinkseg e 88i. Em operação desde 2018, a Pier tem mais de 15 mil clientes em seguro de celulares e estreou em seguro auto neste ano. Com a aprovação no sandbox, a insurtech vai expandir a oferta do produto para automóveis para todos os Estados brasileiros no primeiro semestre de 2021 — hoje a operação está em São Paulo e Minas Gerais.

Em dois anos, a startup montou essa comunidade de 15 mil clientes do seguro de celular e pagou mais de R$ 5,6 milhões em sinistros, com reembolsos rápidos — o recorde foi de 38 segundos. O processo de underwriting, com uso de tecnologia, permite a análise de 6 mil variáveis de cada cliente.

Da esquerda para direita: Rafael Oliveira, Igor Mascarenhas e Lucas Prado, fundadores da Pier (Crédito: André Porto)
Da esquerda para direita: Rafael Oliveira, Igor Mascarenhas e Lucas Prado, fundadores da Pier (Crédito: André Porto)

A insurtech promete a contratação de produto de maneira 100% digital, sem carência e franquia, e com possibilidade de cancelar a qualquer momento. Em entrevista para mim, em uma reportagem do Valor Econômico, o cofundador Lucas Prado disse que a startup projeta uma receita de R$ 12 milhões neste ano, contra R$ 4 milhões em 2019.

Já a Thinkseg foi criada há quatro anos pelo ex-sócio do BTG Pactual, Andre Gregori. Foi pioneira na modalidade de apólice “liga-desliga” e pavimentou o caminho para que outras startups adotassem o modelo, assim como seguradoras tradicionais. No segundo trimestre deste ano, a insurtech viu a venda de seguro auto “pay per use” saltar 600%, como me contou Gregori em reportagem do Valor, em agosto.

Depois de comprar a corretora on-line Bidu em 2018, há dois meses a empresa adquiriu 30% da argentina Comparaencasa, especializada em seguro auto e com atuação em Argentina, México e Brasil. A operação marca o início da expansão internacional da Thinkseg, começando por América Latina e com planos de desembarcar depois na Europa.

Confira a relação das iniciativas que vão participar do sandbox aqui.

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