Criadora do 1º wearable do país, Atar agora investe na operação B2B

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Há seis anos, em Timbó — cidade a 180 km da capital Florianópolis (SC) — , Orlando Purim Junior e Mike Allan Pellin resolveram desbravar o mercado de pagamentos. Nenhum deles vinha do setor financeiro, mas queriam encontrar uma solução que substituísse cartão e pudesse ser carregado no bolso. Numa época em que o mercado de wearables estava ganhando força nos EUA, mas não tinha tanto apelo ainda no Brasil.

“Começamos com um anel para pagamento por aproximação, mas não entendíamos da área. E não estávamos em São Paulo”, relembra Purim Junior. Com recursos próprios, os dois empreendedores fundaram a Atar em janeiro de 2014. No ano seguinte, a startup participou da primeira turma do programa de aceleração inovaBra, do Bradesco. “Em 2015, fomos para São Paulo e desenvolvemos a prova de conceito junto com o banco para testar a solução”, conta o empreendedor.

Ainda em 2015, a startup captou um investimento-anjo de R$ 300 mil e teve apoio de um edital do Sesi-Senai de Inovação, que resultou num investimento de R$ 500 mil, a fundo perdido. “Pagamento por aproximação tinha de se provar. Precisávamos ter certeza de que teria escala”, diz.

E assim a startup desenvolveu a primeira pulseira de pagamentos do país, a Atar Band, que hoje funciona como uma conta digital com cartão pré-pago e pulseira. No primeiro lote, a empresa vendeu mais de 1 mil unidades para todos os Estados brasileiros, mas demorou um ano para entregar o produto aos usuários por causa da dificuldade de integração com o sistema financeiro.

“Desenvolvemos todo o core bancário com tecnologia proprietária para suportar o wearable. Nesse meio tempo, fechamos parcerias com Edenred e Mastercard.”

B2B

Com o tempo, a fintech começou a notar uma demanda maior de empresas pela solução de banking. Daí nasceu o braço B2B da empresa. Segundo Purim Jr., que hoje é CEO da Atar B2B, o novo negócio é uma “fábrica de fintechs”, que já tem uma carteira de 20 clientes, entre eles, Spin Pay e Sicredi. Ao todo, são cerca de 400 mil contas ativas.

Atar B2B (Crédito: Reprodução/site)
Atar B2B (Crédito: Reprodução/site)

“Hoje conseguimos criar uma operação de banco digital em 30 dias.”

O momento não poderia ser mais favorável. Em meio ao open banking e ao Pix, empresas de diferentes setores querem montar seus próprios bancos digitais ou wallets. A Atar B2B não faz distinção de setor. Diz ter uma solução para varejistas, indústrias, telco e, mais recentemente, tem tido uma procura maior de corretoras de criptomoedas.

A fintech tem uma plataforma que permite criar wallets, assim como contas com número bancário, em parceria com o Banco Topázio, que tem uma operação forte de banking as a service (BaaS). A startup também faz emissão de cartões Mastercard e Elo e foi homologada no Pix como participante indireto.

O negócio tem crescido a taxas típicas de startup. Neste ano, até junho, acumula expansão de 400% em relação a 2019. “A operação do B2B é um pouco recente, mas está com muita demanda, tanto de novos clientes, quanto de novos mercados”, explica Purim Jr. Enquanto isso, a Atar Pay soma mais de 20 mil contas em todo o Brasil.