Dr. Cash, 'one-stop-shop' financeiro para a saúde, atrai VC japonês e Bossanova

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Fundada em 2018, a Dr. Cash aposta na democratização da saúde ao dar acesso às pessoas que precisam realizar procedimentos em dentistas, cirurgiões e médicos, sem comprometer o cartão de crédito. E agora está mais capitalizada para isso. A startup acaba de receber um seed money de R$ 1,5 milhão, em uma rodada liderada pela Bossanova Investimentos e acompanhada pelo fundo japonês Incubate Fund, que faz sua estreia no Brasil. O valuation não foi divulgado.

Com o cheque, o fundo japonês e a Bossanova se juntam ao captable, que já tem nomes como a firma de Venture Capital SuperJobs Ventures e o family office Fasp Investimentos.

“Temos grandes negócios espalhados pelo mundo todo e nosso objetivo ao expandir em um novo país era justamente buscar um negócio inovador que tivesse sinergia com nosso portfólio”, diz Mauricio Oumura, general partner do Incubate Fund, em comunicado. “Ao conhecermos a Dr. Cash e os sócios da empresa, reconhecemos o negócio promissor e a escalabilidade, por isso mergulhamos de cabeça para validar o investimento”, complementa João Kepler, fundador da Bossanova Investimentos.

O recurso será utilizado para o lançamento de novas soluções de mercado ainda este ano, com maior foco na inteligência de dados para a área de saúde. A empresa também deve dobrar a equipe, hoje com 25 pessoas.

De um modo geral, a startup atua no B2B2C, levando grandes nomes do mercado consigo, como OdontoCompany, Dentista Mais, Oral Unic e Botuclinic. Presente em mais de 2 mil clínicas em todos os Estados brasileiros, quer chegar a 3,5 mil até o fim do ano.

Na prática, a fintech firma parceria com as clínicas, que passam a disponibilizar o crédito ao consumidor final. A modalidade tem valores entre R$ 1 mil a R$ 10 mil, com prazo de pagamento de até dois anos, e CET (Custo Efetivo Total) de 1,99% a 2,99% ao mês.

De março do ano passado até hoje, a Dr. Cash já financiou R$ 45 milhões, um volume que representa uma média de R$ 5 milhões em tratamentos de saúde por mês  No total, mais de 15 mil pessoas já usaram as soluções da empresa, que se posiciona como um ‘one-stop-shop’ de soluções financeiras para o mercado de saúde, com financiamentos focados no mercado odontológico e estético.

Com foco em CDC (Crédito Direto ao Consumidor), a empresa planeja, ainda, cobrir outras especialidades, como ginecologia, fertilização e ortopedia, por exemplo. Mas não vai parar por aí. Prevê oferecer financiamento de equipamentos médicos e fluxo de caixa, o que na visão do cofundador Lucas Hamú, são grandes segmentos ainda pouco explorados no país.

“À medida que a gente for ganhando mais corpo, vamos diversificar as soluções, as especialidades”, diz ele, em entrevista ao Finsiders. Esse produto, em específico, deve ficar para o início de 2022.

O empreendedor lidera o negócio ao lado de Gabriel Meireles, sócio-idealizador, que antes de começar a atuar pela companhia, era assessor de investimentos da XP. Em sua carteira, boa parte dos clientes era formada por médicos e profissionais da saúde, que tinham certa dificuldade em receber ou conseguir vender os procedimentos que os planos não cobrem.

Percebendo a dor desse mercado, após algumas conversas, acabou convidou Lucas para tocar a operação, que a princípio, consistia em uma plataforma de crédito consignado público voltado para o INSS. No final de 2019, acabaram pivotando para o modelo atual, focado no modelo de CDC Saúde.

“Existia um problema muito grande para averbar alguns contratos, demora muito para aprovar. Outro problema é que outras empresas já trabalham com crédito consignado público, então nós seríamos só mais uma”, lembra Hamú.

Concorrência

Questionado sobre a concorrência, ele destaca que a maior delas cabe na palma da mão: o cartão de crédito. Isso porque, afirma o empreendedor, a solução da companhia atende a uma demanda que os planos de saúde convencionais não cobrem.

Assim, o consumidor passa a ter que recorrer diretamente a ele ou a outras formas de pagamento, como boleto, dinheiro ou cheque — do outro lado, está a clínica, que muitas vezes não consegue operar tais modalidades.

Em relação às instituições, atualmente, bancos como o Bradesco (voltado, dentre outras especialidades, para cirurgia plástica) e Santander, por exemplo, oferecem o CDC Saúde, que têm um formato mais ‘engessado’.

“A gente acaba sendo mais flexível, temos mais proximidade, entendimento, personalização. A nossa experiência acaba sendo muito melhor para a clínica e para o usuário, do que a experiência de um grande banco.”

Quem também está de olho no mercado de saúde é o banco digital Inter. Recentemente, anunciou uma parceria com a Qualicorp, administradora de benefícios de saúde, para comercialização de planos de saúde coletivos por adesão. A empresa conta hoje com mais de 40 mil corretores de seguros e passou a ter mais um importante parceiro em sua missão de ampliar o acesso à saúde de qualidade.

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Giovanni Porfírio é jornalista com cinco anos de carreira, foi editor web no Startupi antes de chegar ao Finsiders. Formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e pós-graduando em Produção e Práticas Jornalísticas na Contemporaneidade na Faculdade Cásper Líbero (FCL), teve passagens, ainda, por RICTV Record Londrina e Folha de Londrina.

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