Futuras gerações vão demandar formas mais seguras de pagamento, diz especialista

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Com o crescente uso de meios digitais para pagamentos, acompanhado do avanço de tecnologias seguras e customizadas, surge a necessidade de incorporar sistemas que fomentem novos modelos de negócio.

Neste contexto, os reguladores notam a viabilidade de possíveis metodologias de integração de soluções de programabilidade no real digital, alternativas estas que ajudam a fomentar a inovação.

A criação de um CBDC (sigla para Central Bank Digital Currency), você sabe, é uma estratégia do Banco Central (BC) em trazer mais integração e eficiência para o meio financeiro, bem como inserir o Brasil nos cenários econômicos locais e globais.

“Isso vai facilitar a inclusão de novas pessoas no mercado financeiro, mas é preciso existir uma avaliação dos pontos importantes, por exemplo, como financiamento de terrorismo e lavagem de dinheiro”, disse Luís Kondic, diretor de produtos listados e dados da B3 durante o quarto de sete webinars da série “O Real Digital”, promovida pelo Banco Central (BC) recentemente.

Essa tendência já é uma realidade, por exemplo, quando olhamos para o blockchain, um tipo de DLT (distributed ledger technology), que tem como características as operações descentralizadas, num banco de dados distribuído, com irreversibilidade dos registros, transparência, escalabilidade e segurança.

Entretanto, para Marcos Viriato, ex-sócio do BTG Pactual e atual CEO da Parfin, plataforma que busca conectar clientes institucionais a criptoativos, essa tecnologia vai muito além do mercado financeiro. “Ele [blockchain] tem outras aplicabilidades. Isso vai se conectar com Internet das Coisas, por exemplo. Acredito que é o futuro de um mundo totalmente novo e que ainda estamos por descobrir”, destacou.

A discussão também passa pela questão dos contratos inteligentes (ou “smart contracts”, como são conhecidos), linhas de código armazenadas em blockchain. Na prática, eles são usados para impor algum tipo de acordo no qual os participantes possam ter certeza do resultado, sem a interferência de um intermediário.

“Nós começamos a ver que contratos inteligentes estão sendo usados amplamente, trabalhando empréstimos, ações. Não há dúvidas de que eles [contratos] vão conseguir lidar com um grande volume de informações. Tendo uma auditoria, é vital para o sucesso”, disse Shailee Adinolfi, diretora de contas e vendas estratégicas da Consensys, especializada em software de blockchain.

Dentro deste contexto, discute-se ainda como as moedas estáveis disputarão espaço com as CBDCs. Para a diretora, isso pode ser o combustível de uma inovação em um espaço mais regulado.

“Isso vai dar ao público mais confiança nesse ecossistema emergente. O dinheiro físico está diminuindo cada vez mais, o que demanda formas mais seguras de fomentar o pagamento. Faz parte da nova geração”, ressaltou.

Previsões

No fim de maio, o Banco Central (BC) apresentou as diretrizes, ainda preliminares, sobre o Real Digital. Recentemente, em um evento organizado pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), o presidente do BC, Roberto Campos, disse que a implementação da nova moeda deve acontecer até o fim do ano que vem.

Apesar do debate sobre o CBDC ainda ter um longo caminho pela frente, a expectativa do BC é de que a moeda tenha uma boa aderência, assim como foi com o Pix.

Entretanto, várias questões ainda devem passar por avaliação, sobretudo aquelas relacionadas à segurança do novo modelo. Uma coisa é clara: a adoção ocorrerá de maneira gradual, de forma que o regulador avalie os riscos e benefícios da inovação.

Assista ao quarto episódio da série “O Real Digital” clicando aqui.

Real digital trará mudanças que vão além da tecnologia, diz especialista

Real digital fará surgir novos modelos de negócio, afirma BC

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Giovanni Porfírio é jornalista com cinco anos de carreira, foi editor web no Startupi antes de chegar ao Finsiders. Formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e pós-graduando em Produção e Práticas Jornalísticas na Contemporaneidade na Faculdade Cásper Líbero (FCL), teve passagens, ainda, por RICTV Record Londrina e Folha de Londrina.

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