EXCLUSIVO: Axxes, de crédito para procedimentos médicos, capta R$ 1,6 mi

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Realizar tratamentos, procedimentos e cirurgias para cuidar da saúde é o desejo de todo mundo, não é mesmo? Mas saiba que 1 em cada 2 brasileiros não conseguem atingir este objetivo, seja por falta de dinheiro, limite no cartão de crédito ou mesmo flexibilidade no pagamento.

O fato é que este mercado tem atraído cada vez mais investidores no Brasil, país em que menos de 25% da população possui algum plano de saúde, médico ou odontológico, de acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Neste contexto, está a Axxes, uma mistura de fintech e healthtech de intermediação de crédito para os segmentos da saúde. A startup acaba de levantar R$ 1,6 milhão de investidores-anjos liderados pelo GVAngels, grupo formado por ex-alunos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), com participação do Fundo Anjo, gerido pela Domo Invest, além do Distrito.

Com o novo aporte — no início do negócio, a empresa havia levantado R$ 850 mil com anjos –, a startup quer consolidar o negócio que começou a operar pouco antes da pandemia, além de continuar promovendo o acesso e democratização à diversas especialidades como odontologia, oftalmologia, cirurgia plástica e estética, dentre outras.

Desde a sua fundação, em janeiro de 2020, a fintech já recebeu mais de R$ 50 milhões em solicitação de crédito e quer levar esse número para R$ 1 bilhão, assim como trazer mais 2 mil clínicas para o portfólio de parceiros (que já conta com grandes redes, de nomes não revelados).

Para Ricardo Wafae, fundador e CEO da startup, os grandes bancos ainda não conseguiram casar a oferta de crédito com a de produto, sobretudo em um setor que possui tickets elevados como o da saúde. E é aí que a empresa quer estar presente.

“O primeiro objetivo é estar dentro da jornada. Depois, é fazer que no nível em que você solicita o crédito, que ela seja muito fluida, com um nível de fricção baixo, sem ter que passar horas preenchendo ficha, passando por burocracia. Isso se torna um fator impeditivo para você contratar, o que acaba gerando uma frustração alta”, afirma, com exclusividade ao Finsiders. 

O processo de solicitação de crédito por meio da plataforma da Axxes, desde a simulação até a contratação, demora cerca de 15 minutos. Para ter o serviço aprovado, um dos principais critérios — ainda que eles não sejam totalmente definidos, uma vez que depende de financeira para financeira — é que o contratante não seja negativado.

“Como nosso objetivo é democratizar a saúde por meio do crédito, a gente quer atender a todos. Todo tipo de população, mesmo que tenha renda mais baixa”, diz Ricardo. A empresa possui parcerias com fintechs como Lendico e a Koin.

Atualmente, a Axxes trabalha com duas soluções: a Flip Saúde — 100% digital e que permite a clínicas e hospitais oferecerem opções facilitadas de pagamento, hoje mais focada em São Paulo — e a Pulsar Crédito, marketplace online de nível nacional. A empresa oferece parcelamento por meio de cartão de crédito (que sozinho, já transacionou mais de R$ 30 milhões), débito ou boleto.

Para os próximos meses, além de entregar uma nova versão da plataforma, a Axxes deve implementar um serviço de seguro para a saúde.

“Quando a gente está falando de crédito, é sobre uma pessoa que não tem plano de saúde. Geralmente, caso ela venha a fazer uma cirurgia, ela pode ter uma intercorrência médica, e a conta que ela tinha que pagar não será a mesma de quando ela entrou. A gente pensa em casar esse seguro de intercorrência médica junto à operação”, antecipa Ricardo.

Para Franco Pontillo, general partner na Domo, ter um time legal é a pedra fundamental, principalmente no investimento-anjo. “Investimos nos jóqueis e não necessariamente nos cavalos, aqui representados pelo mercado, ainda que eles sejam interessantes também”, ressalta.

Concorrência

Ricardo encara os grandes bancos e sistemas de saúde como os principais concorrentes para a Axxes, mas que na visão dele, ainda não representam riscos à startup. Vale destacar que instituições como Bradesco e Santander, por exemplo, já oferecem o CDC Saúde.

Outro exemplo é a Dr. Cash, ‘one-stop-shop’ financeiro para a saúde que recebeu um seed money de R$ 1,5 milhão em agosto, em rodada liderada pela Bossanova Investimentos e acompanhada pelo fundo japonês Incubate Fund, que fez sua estreia no Brasil.

Quem também está de olho no mercado de saúde é o Inter. Recentemente, anunciou uma parceria com a Qualicorp, administradora de benefícios de saúde, para comercialização de planos de saúde coletivos por adesão.

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Giovanni Porfírio é jornalista com cinco anos de carreira, foi editor web no Startupi antes de chegar ao Finsiders. Formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e pós-graduando em Produção e Práticas Jornalísticas na Contemporaneidade na Faculdade Cásper Líbero (FCL), teve passagens, ainda, por RICTV Record Londrina e Folha de Londrina.

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