Fintechs representaram 40% dos aportes em startups em 2021

No ano passado, as fintechs levantaram US$ 3,8 bilhões, mais do que o dobro em relação a 2020. A cifra representou quase 40% do total investido em startups brasileiras. É o que mostra o novo relatório produzido pela Sling Hub.

No total, o ano registrou 760 rodadas em startups, somando US$ 10 bilhões em investimentos. Um número próximo ao divulgado pelo Distrito, que contabilizou investimento de US$ 9,4 bilhões em startups.

O começo de 2021 já dava sinais dessa força do segmento. Conforme números apurados pelo Finsiders ainda em fevereiro na base de dados da plataforma, em janeiro, haviam sido contabilizados 12 aportes em fintechs, somando R$ 2,3 bilhões.

O ano passou e o Nubank seguiu sendo o destaque em tamanho de aportes, com uma captação no valor de US$ 400 milhões (rodada liderada pela Invesco, GIC, Whale Rock, e participações de Tencent, Sequoia Capital, Dragoneer Investment Group, Ribbit Capital). E outro cheque de US$ 750 milhões, recebido em junho, (em rodada liderada por Sands Capital Ventures e participação do Berkshire Hathaway, Verde Asset Management, Absoluto Partner).

Outro destaque foi o Ebanx e sua rodada Serie C, que arrecadou US$ 430 milhões, liderado pela Advent, numa captação pré-IPO.

O relatório da Sling Hub mostra também que a vertical de fintechs apresentou o maior crescimento percentual de funcionários no ano passado, com um alta de 41%. Em outubro de 2021, mais de 95 mil pessoas trabalhavam em empresas de tecnologia financeira no Brasil.

Para se ter uma noção do tamanho deste mercado, as healthechs — que vêm depois das fintechs em número de investimentos e de funcionários contratados — registrou um volume de US$ 500 milhões captados e 13,5 mil pessoas atuando no setor. Contudo, em termos de crescimento dos investimentos, essas startups tiveram alta de 449%.

Ainda segundo o relatório, 393 startups brasileiras foram financiadas pela primeira vez em 2021, sendo 89 em fintechs, 38 em edtechs, 25 em healthtechs e 241 em outros tipos de startups.

No caso de M&A, a plataforma apurou que as fintechs foram as startups mais compradas no último ano: 21% (ou 55) das empresas de tecnologia adquiridas em 2021 foram fintechs. Este segmento também representou 26% (ou 37) dos compradores, com destaque para a compra da Acesso pelo Méliuz por R$ 324 milhões.

Juntas, fintechs e edtechs dobraram o número de fusões e aquisições entre 2020 e 2021. No total, foram 281 startups brasileiras adquiridas em 2021.

Outros números

O relatório apontou ainda uma evolução nas captações em startups. Com apenas 25 rodadas, os financiamentos da Série C representaram 20% do volume total captado pelas startups brasileiras em 2021 (US$ 2 bilhões).

Embora tenham sido os estágios mais frequentes de captação, os investimentos em seed representaram apenas 2% do total do ano. Foram, ao todo, 217 rodadas, que somaram US$ 157 milhões.

No caso de IPOs, destaque novamente para o Nubank ao estrear na bolsa norte-americana (Nyse) e na B3, via BDR. A operação fez com que o neobank se tornasse o maior da América Latina, com uma avaliação de mais de US$ 50 bilhões em seu primeiro pregão, embora já tenha perdido esse status nos últimos dias com a derrocada das ações.

Além do Nubank, a plataforma de comércio digital SaaS VTEX também é citada, cujo IPO em Wall Street a avaliou em US$ 3,7 bilhões.

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