Pix é um ambiente de construção permanente, diz Carlos Eduardo Brandt

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Com a adoção mais rápida em relação a outras iniciativas de pagamento instantâneo de outros países, o Pix definitivamente caiu no gosto dos brasileiros.

O Banco Central (BC) tem uma agenda evolutiva para o sistema, com novos produtos e funcionalidades. Alguns, como Pix Cobrança, Pix Saque e Pix Troco, já estão funcionando. Para 2022, o regulador está desenvolvendo o Pix Automático.

“A ideia é ter um produto principal de Pix a cada ano”, disse Carlos Eduardo Brandt, chefe-adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central (BC), durante palestra no Payment View, evento híbrido realizado ontem (18).

Segundo ele, vários produtos e funcionalidades estão sendo desenhados, e a grande maioria será com foco em empresas. “O Pix veio para ser um ambiente de construção permanente porque sabemos que novas tecnologias vão surgindo ao longo do tempo”, enfatizou.

No total, desde que o Pix foi lançado pelo BC, já foram movimentados R$ 7,4 trilhões em 14 bilhões de transações. O último recorde foi atingido em 6 de maio, quando foram registradas 73,2 milhões de operações num só dia.

Entre as empresas, o Pix também vem crescendo, e os dados referentes ao fechamento de 2021 mostram que 8,5 milhões de companhias são usuárias do sistema, seja para receber, seja para pagar. Quase seis em cada dez (57%) têm relacionamento com o SFN (Sistema Financeiro Nacional).

Já nas transações P2B, ou seja, entre pessoas físicas e empresas, também há um avanço na adoção do sistema de pagamento instantâneo. Chegou a 18,4% do total das transações, em março — em novembro de 2020, representava pouco mais de 5%.

“O share desse tipo de transação vem crescendo mês a mês”, disse Carlos Eduardo. “A tendência é que esse percentual cresça, e em cima de uma curva de adoção crescente do Pix, de maneira geral.”

Transformações, oportunidades e desafios

Com um formato híbrido, o Payment View reuniu importantes especialistas, executivos e executivas para discutir as transformações, tendências, oportunidades e os desafios do mercado de pagamentos.

Falou-se em digitalização de pequenos e médios varejistas; segurança nas transações a partir da utilização de novas ferramentas tecnológicas; iniciação de pagamentos no âmbito do Open Finance; e até como o metaverso pode trazer oportunidades.

“Pagamentos podem ser, sim, invisíveis, e por serem invisíveis, uma forma de reter, trazer recorrência para os serviços oferecidos pelas empresas”, comentou Duda Davidovic, superintendente de inovação do Cartão Elo, em painel ao lado de Fabio Murakami, diretor de produtos PF e Open Finance da Fintech Magalu; e Marcos Gurgel, diretor-geral de inovação e corporate ventures do iFood.

De acordo com os especialistas, é preciso melhorar a experiência do cliente final, mas também existe grande oportunidade nos pagamentos e no crédito B2B, conectando varejistas e fornecedores. Uma seara que está diretamente relacionada aos recebíveis de cartão, um mercado novo explorado por fintechs como Marvin, Spike (da Monkey Exchange), TruePay, Blu, entre outras.