Fintech Magalu lança novos produtos e vai ter iniciador de pagamentos

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O Magazine Luiza agora tem uma fintech para chamar oficialmente de sua. Depois de comprar três empresas (Hub Fintech, Stoq e Bit55) no setor, a varejista acaba de unificar seus negócios em serviços financeiros sob a marca Fintech Magalu. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (12) em coletiva com um grupo de jornalistas.

A Fintech Magalu é fruto da integração entre três negócios adquiridos pela companhia nos últimos dois anos: Bit55, plataforma de processamento de cartões em nuvem criada pelo banco mineiro BS2; Hub Fintech, instituição de pagamentos que opera com banking as a service (BaaS); e Stoq, startup de São Carlos (SP) que desenvolveu um SmartPOS.

Além das três empresas, o negócio agrega também a operação da LuizaCred, financeira que a empresa possui em joint-venture 50/50 com o Itaú Unibanco, e que atingiu TPV de R$ 41,4 bilhões em 2021 e 7,2 milhões de cartões emitidos.

A Fintech Magalu nasce com 16 milhões de clientes únicos (entre PF e PJ), que detêm 9 milhões de contas digitais e 7 milhões de cartões de crédito.

Em 2021, último dado divulgado pela varejista, o TPV (volume total de pagamentos processados) foi de R$ 65 bilhões — número que considera a operação de cartão de crédito pessoa física na parceria com a Luizacred, a sub-adquirência do marketplace e o negócio de BaaS prestado para diversas companhias.

Novos produtos

A consolidação das iniciativas em serviços financeiros na Fintech Magalu chega com o lançamento de dois novos produtos, um com foco nos clientes pessoas físicas e outro para a base de empresas, ou seja, os sellers que fazem parte do ecossistema Magalu.

Para as pessoas físicas, a companhia está colocando em seu super app, ainda em fase de pré-lançamento, uma linha de empréstimo pessoal, com taxa de juros esperada de 4% a 5% ao mês.

O produto nasce com uma base de 10 milhões de clientes pré-aprovados — número que representa menos de um quarto da quantidade total (45 milhões) de clientes que utilizam o super app mensalmente.

A empresa não divulga estimativas de quanto prevê originar em crédito na nova modalidade, mas o CFO, Roberto Belíssimo Rodrigues, diz que a oportunidade é grande. “Já temos R$ 17,5 bilhões de carteira de crédito na Luizacred, com inadimplência controlada”, afirmou, na coletiva.

“A ideia é que seja uma operação muito complementar e eficiente como tem sido o cartão dentro da Luizcred”, disse o executivo, que complementa: “Segue também a política de crédito do Itaú. Além disso, a gente enriquece a taxa de aprovação com o score a partir dos dados do cliente dentro do Magalu.”

Na frente de empresas, o Magalu anunciou a criação de um cartão de crédito, também em fase de pré-lançamento. Os sellers interessados podem se inscrever na lista de espera, por meio de um convite, que será enviado nos próximos dias pelo Magalu.

Os portadores do cartão de crédito empresarial farão parte de um programa de benefícios exclusivo, que dará direito a acúmulo e troca de pontos por serviços oferecidos no ecossistema Magalu.

“Nosso maior desafio é fazer que esse volume financeiro que basicamente processamos de transações comece a circular dentro do grupo”, disse Robson Dantas, diretor responsável pela Fintech Magalu. “Marca uma nova frente de começar a olhar os CNPJs do nosso ecossistema com uma visão 360 graus.”

Quando fala no ecossistema de empresas, o executivo está se referindo a uma base de mais de 160 mil sellers hoje na plataforma. Mas o potencial é maior. “Estamos na missão de digitalizar o varejo, ir atrás do seller analógico. Das 6 milhões de empresas varejistas no Brasil, estimativas nossas são de que 300 mil têm oportunidade de vender online”, afirmou Robson.

Inicialmente, os produtos para empresas serão trabalhados dentro de casa, com essa base nada desprezível de sellers. Em um passo seguinte, há oportunidade, claro, de buscar clientes fora do ecossistema.

“Nosso foco agora é garantir que estejamos atendendo nosso ecossistema, até porque temos relação próxima com essas empresas. E do ponto de vista, é melhor”, disse Robson.

Ainda na vertical de soluções para empresas, a Fintech Magalu seguirá ofertando infraestrutura em serviços financeiros para outras companhias, a partir da plataforma tecnológica e regulatória construída pela Hub Fintech. Hoje, são mais de 50 empresas de todos os tamanhos que utilizam as soluções de BaaS. Entre os clientes está a CargoX, cita o Magalu, em release.

Iniciador de pagamentos

A companhia divulgou, ainda, que vai se tornar iniciador de transações de pagamentos (ITP) no âmbito do Open Finance.

Trata-se de uma licença que até agora tem apenas quatro nomes (Itaú, Banco do Brasil, BTG Pactual e Mercado Pago) aptos a operar o serviço. Outras fintechs, como Celcoin e Quanto, já receberam autorização do Banco Central (BC) e estão na reta final para começar a operar.

“Estamos nos processos finais com tecnologia pronta e aguardando finalização da homologação”, disse Robson, do Magalu, sem traçar uma estimativa de prazo para que o serviço esteja em operação. “Minha expectativa é que fosse o mais rápido possível”, afirmou o executivo, em resposta ao Finsiders.

O serviço de iniciador de pagamentos terá a primeira implantação nas operações do Kabum!, e-commerce de tecnologia e games adquirido no ano passado pelo Magalu. “Já estamos trabalhando para que o Kabum! possa ter a iniciação de pagamentos diretamente no e-commerce”, afirmou Robson.

Mercado

A estratégia da Fintech Magalu reforça uma tendência que ganhou força nos últimos anos, com o avanço de empresas de outros setores em produtos e serviços financeiros, seguindo um movimento de ‘fintechzação’.

Outros grandes varejistas do país, além da empresa de Luiza Trajano, têm iniciativas no setor. Com suas soluções financeiras, a Via chegou ao final do ano passado com um TPV de R$ 11 bilhões e tem tido um crescimento anual acima de 19%. A carteira do crediário da dona da Casas Bahia bateu R$ 5 bilhões em 2021.

O Banco Carrefour, por sua vez, teve um faturamento total de R$ 48,2 bilhões em 2021. Já a carteira de crédito bateu R$ 15,4 bilhões, com alta de 13,4% ano contra ano.

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