FUNDING

Koin levanta R$ 36,6 milhões em FIDC para ampliar crédito ao consumo

Com a operação, a fintech da Decolar quer incrementar a antecipação de recebíveis de lojistas no setor de turismo

Imagem: Mohamed Hassan/Pixabay
Imagem: Mohamed Hassan/Pixabay

A Koin, fintech especializada em soluções de buy now, pay later (BNPL) controlada pela grupo argentino Despegar (a Decolar no Brasil), acaba de anunciar que captou R$ 36,6 milhões por meio de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). Estruturada e distribuída pelo Itaú, a operação tem como objetivo crescer o negócio de crédito ao consumo.

De acordo com Daniel Lozano García, CFO da Koin, o funding irá para incrementar a área de antecipação de recebíveis de lojistas do setor de turismo. “É o primeiro FIDC para fomentar o acesso ao crédito para compras online relacionadas ao serviço de turismo no Brasil”, afirmou, em nota. Hoje, a fintech atua em toda a América Latina, incluindo países como Argentina, México, Colômbia e Uruguai.

Nas operações de crédito, a Koin utiliza diferentes fontes de funding, como FIDC, capital próprio e linhas tomadas junto a bancos parceiros. “Temos um time experiente em fornecer crédito ao consumo”, disse Lucas Iván Gonzalez, chief product officer (CPO) da fintech, em entrevista recente ao Finsiders Brasil.

A captação ocorre num momento de expansão da Koin, que prevê dobrar o volume de crédito neste ano. Com taxa de aprovação de 75%, o BNPL da fintech soma cerca de 400 transações por dia, com tíquete médio de R$ 2,5 mil. A recorrência está em torno de 32% — ou seja, a cada 10 clientes, 3 voltam a contratar o produto. 

Avanço do BNPL

Conforme um estudo encomendado pela fintech Pagaleve à consultoria GMattos, o tamanho potencial do mercado de BNPL no Brasil é de aproximadamente R$ 205 bilhões ao ano. Globalmente, o volume de transações deve chegar a US$ 334 bilhões neste ano e a US$ 687 bilhões em 2028, projeta a Juniper Research.

“O Brasil é destaque de BNPL na América Latina. Embora seja relevante, comparado com os Estados Unidos e a Europa, é menor. Até porque nessas regiões não havia parcelado sem juros no cartão até um tempo atrás. Tal qual o boleto, é uma ‘jabuticaba’ do nosso país. Então, o BNPL surgiu nesses mercados preenchendo uma lacuna”, disse Gastão Mattos, sócio-fundador da GMattos, em entrevista recente a jornalistas.