PARCELAMENTO

BNPL pode movimentar R$ 205 bilhões no Brasil por ano

A modalidade, que inclui o Pix parcelado, é a que teve maior crescimento entre todos os meios de pagamento, diz pesquisa

BNPL, pagamento, Pix parcelado, e-commerces - Imagem: Mohamed Hassan/Pixabay
BNPL, pagamento, Pix parcelado, e-commerces - Imagem: Mohamed Hassan/Pixabay

O tamanho potencial do mercado de buy now pay later (BNPL) no Brasil é de aproximadamente R$ 205 bilhões ao ano. É o que aponta um novo estudo encomendado pela fintech Pagaleve à consultoria GMattos, divulgado em coletiva com jornalistas nesta quarta-feira (20). 

A cifra leva em consideração dois aspectos: o volume estimado de R$ 101 bilhões anuais em vendas via crediário próprio diretamente por lojas ou em parceria com financeiras e e outros R$ 104 bilhões por ano em transações parceladas, que foram negadas ao pagar com cartão de crédito

De acordo com o estudo, o BNPL vem ganhando cada vez mais espaço como método de pagamento nos e-commerces brasileiros. Em janeiro de 2024, por exemplo, atingiu aceitação de 39%, contra 27,1% um ano antes. A modalidade de parcelamento sem cartão, incluindo o Pix parcelado, é a que teve maior crescimento entre todos os meios de pagamento analisados.

Henrique Weaver, CEO e cofundador da Pagaleve, diz que até recentemente o pagamento parcelado era sinônimo de uso do cartão de crédito. “Apesar de cobrir várias situações, o cartão de crédito mostra sinais de esgotamento, como falta de acessibilidade, descasamento entre poder de compra e limite do cartão, assim como a falta de confiança”, afirma. Ele lembra, ainda, que mais de um terço dos adultos brasileiros não têm acesso a cartão de crédito.

Além disso, o avanço célere do Pix vem possibilitando o desenvolvimento de novas soluções, entre elas, o Pix parcelado — que se insere na categoria BNPL. “Falta informação no mercado, já que é um meio de pagamento novo. Mas sabemos que é uma tendência muito forte”, aponta o fundador.

Tendência

Globalmente, o volume de transações por meio do BNPL deve chegar a US$ 334 bilhões neste ano e a US$ 687 bilhões em 2028, segundo estudo da consultoria Juniper Research, publicado em janeiro deste ano. Na América Latina, o Brasil é líder desse mercado, que vem atraindo fintechs como Drip, Koin, OpenCo, Parcelex e a própria Pagaleve. Mas também há “desistentes”, como a colombiana Addi, que deixou o Brasil em junho de 2023.

“O Brasil é destaque de BNPL na América Latina. Embora seja relevante, comparado com os Estados Unidos e a Europa, é menor. Até porque nessas regiões não havia parcelado sem juros no cartão até um tempo atrás. Tal qual o boleto, é uma ‘jabuticaba’ do nosso país. Então, o BNPL surgiu nesses mercados preenchendo uma lacuna”, analisa Gastão Mattos, sócio-fundador da GMattos.

O estudo revela, ainda, que o custo médio da fraude para os lojistas no Brasil é de aproximadamente 1,9% da receita. Nesse percentual, estão incluídos custos com chargeback e de prevenção, por exemplo, ferramentas antifraude. “Esse é um custo praticamente escondido, mas que ao mesmo tempo pesa muito para os lojistas na operação com cartões”, diz Henrique.