STARTUP20

"O Brasil não está comunicando bem lá fora as coisas que faz", diz Abstartups

Segundo presidente da entidade, Ingrid Barth, o plano é criar uma vitrine do ecossistema brasileiro para o G20

Ingrid Barth, presidente da Abstartups. Imagem: Divulgação
Ingrid Barth, presidente da Abstartups. Imagem: Divulgação

Durante a visita ao Startup20, em Macapá, não foi difícil perceber como o encontro tinha um forte objetivo de mostrar o cenário de inovação na região amazônica, tanto para o público que veio de diversas partes do Brasil, quanto para as delegações do G20 que participaram da ocasião. Contudo, para a Abstartups e sua presidente Ingrid Barth, este é apenas o primeiro passo de um plano maior: o de mostrar, de forma abrangente, o cenário brasileiro de inovação para a comunidade internacional.

“Uma coisa que eu percebi em conversas do Startup20, foi que a gente não está se comunicando bem com as coisas que a gente faz. Não está. Fazemos um monte de coisa legal, a gente está fazendo um monte de coisa pioneira e ninguém está sabendo”, disparou a executiva, em entrevista ao site parceiro Startups.

No caso do Startup20 em Macapá, cerca de 800 pessoas estiveram presentes, conferindo de perto não apenas discussões sobre temas como programas de fomento, capacitação profissional e investimentos em startups, mas também inserindo as cerca de 19 comitivas presentes em uma discussão sobre sustentabilidade diretamente do coração da Amazônia.

‘Líder global’

“A partir dessa reunião na Amazônia a gente consegue criar uma narrativa de posicionar o Brasil como líder global das discussões sobre clima, transição energética, energia limpa, biodiversidade, sustentabilidade. Não tem mais nenhum lugar do mundo que consegue falar com tanta propriedade do que o país que tem 60% da região amazônica”, afirma Ingrid.

Segundo dados da própria Abstartups, os sete Estados da região Norte representam apenas 5% das startups existentes no país, um número que a entidade quer ver mudando nos próximos anos, mas para isso a meta é incluir estes ecossistemas nas discussões a nível nacional e internacional – e o Startup20 chega para ser este marco.

“Essa reunião é um marco temporal do trabalho que faremos ao longo do ano, mostrando nosso ecossistema, desenvolvendo confiança e engajando todas essas delegações. “Além desse engajamento da associação, tem também toda essa articulação para mostrar, de fato, que a gente faz inovação, colocar-nos na vitrine. E aí a gente começa a discutir como gente grande, com outras nações, com relação a tecnologia, a inovação, startups, de uma maneira geral”, pontua Ingrid.

Como continua o Startup20?

Este foi apenas o primeiro encontro do Startup20 no Brasil. Ele tem duas outras edições confirmadas para 2024, ano em que o Brasil é presidente do G20: o segundo encontro será no Rio de Janeiro dentro do Web Summit na capital carioca. Conforme explica Ingrid, o objetivo da Abstartups neste encontro será o de aprofundar conversas com as comitivas internacionais, aproveitando a presença massiva de representantes de fora na ocasião.

“Para o Startup20 do Rio de Janeiro, faremos algo mais concentrado, com cerca de 400 participantes, até porque dentro do Web Summit temos um espaço limitado. Então será uma reunião mais fechada com as delegações”, explica.

Contudo, o terceiro encontro que a Abstartups quer fazer para o Startup20 promete ser o mais ambicioso. Previsto para o segundo semestre, o Startup20 São Paulo quer reunir mais de mil pessoas na Fiesc, e servirá como o encerramento da agenda brasileira como presidente do Startup20, com a entrega do documento final sobre o trabalho conduzido, e que servirá como base para ações a serem tomadas.

Entretanto, segundo Ingrid Barth, ao levar o Startup20 para São Paulo, o encontro se aprofundará na discussão sobre investimentos, aproveitando que a capital paulista é o centro econômico do país e onde o ecossistema de inovação é o mais maduro.

“Dentro do Startup20 temos uma task force que fala sobre funding, sobre investimentos, e em São Paulo é o lugar mais adequado para esta conversa. Vamos discutir como podemos facilitar mecanismos de funding, de uma forma geral, entre os países do G20. Tudo tem um porquê. Estes eventos são marcos temporais, mas não são o trabalho em si. É um mecanismo para engajar e ser destaque para o mundo, construindo uma narrativa de marketing de nossa inovação para fora”, finaliza Ingrid.

*Conteúdo publicado originalmente pelo portal parceiro Startups