Foto: Philipp Katzenberger/Unsplash
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Segurança cibernética é uma das áreas prioritárias para investimentos do setor bancário em tecnologia. E não à toa. Fintechs e bancos são os alvos preferidos de fraudadores, seguidos por marketplaces, delivery e logística.

É o que aponta uma nova pesquisa, feita pela Neoway, empresa de big data analytics e inteligência artificial, em conjunto com a Combate à Fraude, especializada em soluções antifraude.

De um total de cerca de 80 mil fraudes evitadas no ano passado pela Combate à Fraude, a maior parte (72.325) envolveu ataques contra bancos e fintechs. Os marketplaces (5.629) vêm na sequência. Por último, aparecem com poucas incidências os segmentos de delivery (102) e logística (21).

O conjunto de fraudes monitoradas ao longo do ano passado tinha potencial de gerar prejuízos econômicos de quase R$ 500 milhões ao mercado brasileiro, considerando o custo médio de R$ 6 mil por fraude, de acordo com a pesquisa.

De acordo com cálculo da Combate à Fraude, o ROI (retorno sobre investimento) em antifraude para bancos e fintechs foi de R$ 433,95 milhões. Já nos marketplaces, esse indicador representou R$ 33,77 milhões; em delivery, R$ 612 mil; e em logística, R$ 126 mil.

Segundo o estudo, o documento mais fraudado é o RG, responsável por 41% dos casos. Os Estados brasileiros com mais tentativas de fraudes foram, pela ordem: Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

Tecnologias como big bata analytics, Optical Character Recognition (OCR), documentoscopia, biometria facial e inteligência artificial coletam, analisam e encontram inconsistências que representam riscos financeiros e reputacionais às marcas, diz Alana Roos, coordenadora de inteligência de fraudes na Combate à Fraude.

“As organizações precisam se preparar para uma nova realidade. Aquelas que adotarem medidas preventivas terão um diferencial competitivo bastante interessante perante à concorrência.”

Para Rafael Peretti, head de prevenção à fraude na Neoway, além das análises de comportamento e validações de documentos, é importante fazer um profundo estudo do perfil deste possível usuário, fornecedores e até colaboradores. É o chamado ‘background check’. “Além de mitigar riscos e crises, isso potencializa as oportunidades de se fazer um bom negócio.”

Mercado

A digitalização no setor financeiro foi acelerada nos últimos anos, e com ela cresceu também o número de tentativas de ataques cibernéticos e fraudes. Pesquisa da Febraban com a Deloitte, divulgada no início do mês, mostra que os bancos destinam, em média, cerca de 10% do seu orçamento em TI para segurança cibernética — o que equivale a R$ 2,5 bilhões.

Nesse cenário, ganham força as soluções de identidade e segurança digital. Entre os players com produtos e serviços na área estão, além de Combate à Fraude e Neoway, nomes como ClearSale, unico, idwall, Minds Digital, Incognia, Unike Technologies, Nethone, entre outros.

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