A América Latina segue no radar dos investidores. Prova disso é o apetite de alguns fundos de Venture Capital gringos que, apesar da crise, estão aumentando o ‘dry powder’ (capital disponível) para investir na região, com destaque para startups brasileiras, fintechs inclusive. O caso mais recente é da Quona Capital.
O VC, especializado em investir em fintechs de mercados emergentes, fechou a captação do seu terceiro fundo, com um ‘final closing’ de US$ 332 milhões. A quantia superou as expectativas iniciais da firma, de levantar US$ 250 milhões, conforme disse a sócia e cofundadora da Quona Capital, Monica Brand Engel, ao site TechCrunch.
Atualmente, a Quona tem um portfólio com 47 companhias em regiões como América Latina, África, Índia, Sudeste Ásiatico e Oriente Médio. Estão na carteira fintechs brasileiras como BizCapital, Creditas, Contabilizei, Monkey e Neon. No mês passado, o VC também liderou uma rodada Série A de US$ 12 milhões na Franq, plataforma de bancários autônomos.
Assim como outros VCs que investem em fintechs latinoamericanas, a Quona aposta na oportunidade de inclusão financeira na região. A evolução da tecnologia combinada com pautas regulatórias, como o Open Finance e os pagamentos instantâneos, estão contribuindo para que mais e mais pessoas tenham acesso — em muitos casos, o primeiro — a serviços financeiros.
‘Dry powder’
O inverno segue assolando as startups mundo afora, mas os principais fundos estão se cercando de grana para não deixar passar as oportunidades.
De acordo com dados do Pitchbook, publicados recentemente pelo The Wall Street Journal, os VCs captaram US$ 151 bilhões nos três primeiros trimestres de 2022, uma cifra que ultrapassa o ano passado inteiro.
O fundo de impacto Lightrock — que investe em fintechs como Dock e e Creditas e acaba de liderar um cheque Série B na agfintech Agrolend — também está preparando o terceiro fundo, conforme noticiou o site NeoFeed.
De acordo com a CB Insights, o volume de investimento em fintechs nas regiões da América Latina e Caribe despencou de US$ 4,6 bilhões no terceiro trimestre do ano passado para US$ 500 milhões em igual período de 2022. Ao todo, foram 73 deals.
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