A Matera, empresa de tecnologia especializada em soluções para o sistema financeiro, anunciou a compra do controle da Fáciltech. Integrante do Grupo Fácil, ela desenvolve tecnologia para instituições financeiras de menor porte (segmentos S4 e S5).
O valor da operação não foi revelado. Mas a Matera afirmou ter sido seu maior M&A até hoje. É a quarta aquisição em quatro anos. Com o negócio, a receita combinada entre as empresas deverá somar aproximadamente R$ 670 milhões em 2026, informou a Matera. As marcas permanecerão independentes. A transação ainda depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Com sede em Belo Horizonte (MG), a Fáciltech fatura por ano aproximadamente R$ 30 milhões e tem uma equipe com cerca de 50 funcionários. Na carteira de mais de 150 clientes, estão cooperativas de crédito, agências de fomento, fintechs especializadas, Instituições de Pagamento (IPs), financeiras e bancos digitais de pequeno porte.
Em nota, a Matera disse que a transação consolida sua estratégia de ampliar a presença em core banking. “Mais do que ampliar nossa atuação, estamos fortalecendo nossa capacidade de oferecer soluções completas e modulares que atendem desde grandes bancos até instituições de nicho, contribuindo para a evolução do sistema financeiro como um todo”, afirmou Carlos André Guimarães, presidente do Conselho de Administração da Matera.
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De acordo com Ricardo Chisman, presidente da Matera, a incorporação das competências técnicas e comerciais das duas organizações irá acelerar a entrega de valor aos clientes, acompanhando a crescente segmentação do mercado financeiro. Para André Rezek, CEO da Fáciltech, a união marca um avanço importante na trajetória da empresa.
Movimentos de M&A
A Matera iniciou sua estratégia de M&A em 2022. Em maio daquele ano, fechou a aquisição da Onidata, de infraestrutura para operações de crédito PF e PJ. Já em agosto de 2023, anunciou a compra da Cinnecta para avançar em Inteligência Artificial (IA). E em abril de 2024, comprou a Infotreasury, de soluções de tesouraria avançada.
Para avançar nesse movimento inorgânico, em 2020, a Matera recebeu R$ 100 milhões do fundo de Private Equity (PE) do Kinea. Já no ano passado, captou R$ 500 milhões com gestora norte-americana de PE Warburg Pincus para acelerar a expansão tanto no Brasil quanto em outros mercados.
Fundada há mais de três décadas em Campinas (SP), hoje a Matera tem mais de 280 clientes. No total, soma mais de 90 milhões de contas e processa 6 bilhões de transações via Pix por ano, de acordo com informações em seu site.
