Na mesma semana em que fintechs como Creditas e PicPay anunciaram melhoras nos resultados, o C6 Bank reportou seu balanço referente ao ano passado — e com números nada animadores.
Em 2022, o banco digital registrou prejuízo de R$ 2,2 bilhões, mais de 3x superior ao que foi apurado um ano antes. Apenas no segundo semestre do ano, o balanço ficou negativo em R$ 1,8 bilhão. As informações constam das demonstrações financeiras anuais da companhia.
As receitas com intermediação financeira mais do que triplicaram entre 2021 e 2022, somando R$ 3,8 bilhões. Já as receitas de prestação de serviços atingiram R$ 650,4 milhões, expansão de 166,5%.
Por outro lado, as despesas do C6 também subiram no ano passado. As despesas de pessoal saltaram 82%, para R$ 555,9 milhões. Já na linha de outras despesas administrativas, foram R$ 1,44 bilhão, alta de 54% ano contra ano.
O saldo das operações de crédito chegou a R$ 14,3 bilhões ao final de 2022, contra R$ 6,8 bilhões no ano anterior. Já as provisões contra inadimplência foram de R$ 1,63 bilhão, quase 4x maior em relação ao montante apurado em dezembro de 2021. Em 2022, as baixas a prejuízo, por exemplo, chegaram R$ 725,8 milhões, contra R$ 23,1 milhões no ano anterior.
Copo meio cheio…
O patrimônio líquido do banco somou R$ 2,6 bilhões em dezembro de 2022, mais do que dobro na mesma base de comparação. Os ativos totais, por sua vez, chegaram a R$ 39 bilhões, quase 2x superior ao resultado apurado um ano antes.
Apesar dos prejuízos acumulados de R$ 3,78 bilhões até dezembro do ano passado, o C6 terminou 2022 com índice de Basileia de 14,99%, contra 11,4% um ano antes.
Em fevereiro de 2022, os acionistas da instituição também aprovaram um aumento de capital de R$ 3,6 bilhões. O banco encerrou o ano passado com R$ 11,2 bilhões em caixa e equivalentes de caixa.
Crise
O C6 não passou imune à crise que abala o mercado de tecnologia, incluindo fintechs e bancos digitais. No mês passado, conforme reportou o portal parceiro Startups, a instituição fez cortes no quadro de funcionários, mas informou à época que tinha centenas de vagas em aberto, com expectativa de encerrar o ano com 800 contratações.
“O número de novos funcionários neste ano superará em centenas de posições o número de profissionais desligados. Nos próximos meses, o grupo ocupará dois novos escritórios na região dos Jardins, em São Paulo, para poder acomodar seus colaboradores”, afirmou o neobanco, em nota, na ocasião.
Fundado por ex-sócios do BTG Pactual em 2019, o C6 tem como investidor o banco norte-americano JP Morgan, que anunciou a compra de 40% da operação em junho de 2021, negócio que teve a aprovação do Banco Central (BC) em fevereiro do ano passado.
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