Volume de investimento-anjo em 2020 foi o menor em quatro anos

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Depois de superar a marca de R$ 1 bilhão em investimento-anjo no ano de 2019, o maior desde o início da série histórica, a modalidade registrou R$ 856 milhões investidos em 2020, cifra que representa uma queda de 20% em relação ao ano anterior. Na prática, significa que o segmento recuou para níveis de 2016, quando registrou R$ 851 milhões. Os dados são da pesquisa da Anjos do Brasil, organização de fomento ao investimento-anjo no país. 

O número de investidores atingiu 6.956, 15% menor em relação a 2019, quando havia chegado a 8.220. Cada investidor aplica, em média, R$ 123 mil por ano, segundo a pesquisa — 5,2% a menos do que no ano anterior. Entretanto, para 2021, os investidores demonstram uma perspectiva de aumento dos investimentos de 15% em relação a 2020 (bem, previam crescimento também em 2020 e não aconteceu, né?).

“Os dados da pesquisa mostram que os investidores chamados proativos, que estão buscando a oportunidade de investimento, chegaram a ter um crescimento no volume de 2020 em relação à 2019. Mas existe um grande universo dos investidores-anjo passivos, que são aqueles investidores que não estão buscando investimento, mas são procurados. Esses, sim, tiveram um recuo muito significativo”, diz Cassio Spina, presidente e fundador da Anjos do Brasil. “Dito isso, fica mais claro até o que a gente precisa fazer para reverter esse cenário”, completa.

Já o volume de investimento-anjo no Brasil representa apenas 0,7% do que é investido em startups nos EUA, por exemplo, que somam aproximadamente US$ 25,3 bilhões anualmente. Na Europa, a base de investidores é de 34 mil. Pelos cálculos da Anjos do Brasil, o potencial total do mercado brasileiro é de US$ 2,5 bilhões, cerca de R$ 12 bilhões ao ano, o que significa 12 vezes o patamar atual.

Um ponto importante a ser destacado é a distribuição dos investidores por gênero. Aumentou o percentual de mulheres. Segundo o levantamento, as investidoras representam 13% do total, número superior a 2019 (7%), 2018 (12%) e 2017 (10%). Vale destacar, ainda, a distribuição por raça ou cor. O perfil dos investidores ainda é majoritariamente branco (81%); pretos, pardos ou indígenas representam 14% e amarelos, 1%. Sinal de que ainda falta diversidade

Os anjos têm predileção por modelos de negócios B2B (72,5%), seguido por B2C (62,6%), B2B2C (54,3%) e marketplace/P2P (34,2%). No ano passado, as agtechs (46,3%) lideraram a preferência dos investidores, ficando à frente de edtechs (40,7%). As fintechs vêm logo atrás, com 40,2%.

Acesse a pesquisa na íntegra

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Giovanni Porfírio é jornalista com cinco anos de carreira, foi editor web no Startupi antes de chegar ao Finsiders. Formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e pós-graduando em Produção e Práticas Jornalísticas na Contemporaneidade na Faculdade Cásper Líbero (FCL), teve passagens, ainda, por RICTV Record Londrina e Folha de Londrina.

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