Rodrigo Petroni*
Além de algumas empresas estarem divulgando que vão aderir ao home office permanente mesmo após o fim da crise, por exemplo, o varejo passou por uma grande transformação com os comerciantes operando lojas online para continuar no mercado e fazer o negócio ter alguma renda. Destaco também a completa aceitação das carteiras digitais e o uso dos QR Codes pelos brasileiros, que criaram familiaridade com a tecnologia durante as lives musicais, alternativa de entretenimento que possibilita a arrecadação em espécie, de alimentos ou itens para hospitais e instituições de caridade em combate à Covid-19.
Apesar dos métodos de pagamentos tradicionais como dinheiro físico, cartão de crédito e débito, cheques e boletos ainda serem extremamente relevantes no país, o sistema financeiro está vivendo um processo de digitalização muito forte. Se hoje 61% dos usuários de smartphones no país diz usar uma das opções de e-Wallets disponíveis no mercado, conforme levantamento da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), o Pix e o Open Banking devem estimular ainda mais o setor, uma vez que as pessoas passarão a realizar transações entre diferentes instituições e não apenas entre correntistas e clientes do mesmo aplicativo.
Os brasileiros perderam o medo dos pagamentos digitais e esse é um dos maiores feitos da pandemia. Por permitirem transações rápidas e seguras e dependerem somente de um celular, os novos métodos também são inclusivos e colocam os desbancarizados – cerca de 45 milhões de pessoas que não mexem na conta bancária há mais de seis meses ou que optaram por não ter conta em banco, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – na economia nacional. De uma forma ou de outra, pelo menos em relação à transformação digital nos serviços financeiros, todos nós saímos ganhando.
*Rodrigo Petroni é CEO e cofundador da UPM2, startup paulista que oferece soluções de mobile payment para desburocratizar transações por meio de QR Code.