RADAR: Cartões representaram mais da metade dos pagamentos em 2021, CloudWalk lança banco digital e mais

Os cartões perderam participação, mas responderam por 51% dos pagamentos em 2021. Leia esta e outras notícias no Radar do Finsiders

Cartões perdem share, mas respondem por 51% dos pagamentos

Os cartões representaram mais da metade (51%) dos pagamentos no ano passado, conforme dados divulgados pelo Banco Central (BC). Apesar de responder pela maior fatia das transações, a modalidade teve uma leve queda em relação a 2020, quando correspondia a 53% dos pagamentos no país.

Em contrapartida, o Pix — lançado em novembro de 2020 — atingiu o patamar de 16% dos pagamentos em 2021, enquanto outros meios tradicionais tiveram queda. O boleto, por exemplo, viu sua participação cair de 13% para 10%; e o débito direto, de 15% para 11%, ambos em comparação a 2020.

Em 2021, as transações de pagamentos (excluídas aquelas em espécie) continuaram apresentando uma forte evolução, tanto em termos de quantidade de transações quanto de volume financeiro, atingindo 58,8 bilhões de transações e montante financeiro de R$ 76,9 trilhões, equivalente a cerca de 9 vezes o PIB, o que representou um crescimento de 40% na quantidade de transações e de 27% no volume transacionado, em relação a 2020.

Segundo o BC, o crescimento da quantidade total de transações de pagamentos observado em 2021, em comparação ao ano anterior, se deu, principalmente, pela adoção acelerada do uso do Pix pela sociedade, como nova alternativa para efetuar seus pagamentos; e, também, pela expansão do mercado de cartões.

O órgão mostrou, ainda, que os celulares se consolidaram como o principal canal para transações financeiras e não financeiras (consultas de saldo e extrao, por exemplo), representando 68% do número total de operações em 2021. Especificamente em relação a operações de pagamentos (excluídas aquelas em espécie) no mesmo período, o celular foi responsável por 60% da quantidade de transações e as realizadas em agências e postos de atendimento e ATM corresponderam a cerca de 8% do total.

Ainda de acordo com as estatísticas, no mercado de cartões, houve um crescimento significativo dos pré-pagos em 2021 — eles responderam por 13% da quantidade de transações com cartões, contra 6% em 2020. O tíquete médio nesse instrumento é de R$ 31, bem inferior ao do cartão de crédito e do de débito, em torno de R$ 123 e R$ 67, respectivamente.

“Ressalta-se que o cartão pré-pago é um relevante indutor de inclusão financeira que, junto com outros instrumentos de pagamento, vem promovendo acesso à digitalização de pagamentos e a transações de comércio eletrônico. É ofertado, principalmente, por instituições de pagamento (fintechs)”, escreveu o BC.

Com licença de IP, CloudWalk lança banco digital

Recém-aprovada como instituição de pagamento (IP) nas modalidades de emissor de moeda eletrônica e de instrumento pós-pago, além de credenciadora, a CloudWalk anunciou hoje oficialmente o lançamento do InfiniteBank, o banco digital da sua marca InfinitePay.

A solução nasce com o InfiniteCard, cartões digitais que possibilitam automatizar as despesas de acordo com as necessidades de cada negócio e oferece 1,5% de cashback em todas as empresas — o lançamento do cartão já havia sido revelado por Luís Silva, CEO da CloudWalk, em entrevista ao Finsiders em junho.

Outro produto do portfólio é o InfiniteTap, disponível para PJ, que transforma celulares em maquininhas de cartão, viabilizando o recebimento de vendas em crédito à vista ou parcelado, e débito. Além disso, a partir de hoje, os clientes da InfinitePay também terão acesso ao pagamento de boletos bancários no aplicativo. A fintech oferece, ainda, empréstimos (InfiniteCash), por meio de smart contratcs com protocolo DeFi.

“Já temos as melhores taxas do mercado e agora vamos oferecer um serviço completo aos nossos clientes. Sabemos do potencial dos pequenos e médios empreendedores e, por isso, queremos tornar o setor financeiro mais ágil e eficiente, permitindo cada vez mais a entrada de novos usuários”, explicou Pablo de Mello, COO da CloudWalk, em nota.

Desde junho, a fintech também opera por meio da própria rede blockchain. “Blockchain é uma reinvenção como foi a internet em 99. Não acreditamos em blockchain sozinho, mas junto com esse mundo centralizado e regulado. Estamos construindo uma ponte entre esses dois mundos” disse Luís ao Finsiders, em junho.

Hoje, a CloudWalk tem uma base com mais de 300 mil lojistas ativos (quem processou pelo menos uma transação nos últimos 90 dias) — eram 150 mil em novembro/21. Desde o início do negócio, a fintech levantou US$ 356,5 milhões em investimentos e R$ 3,4 bilhões em FIDCs para antecipação de recebíveis.

Por falar nisso… Superbid recebe aval para sua IP

A Superbid, que atua no mercado de leilões online, recebeu autorização para o funcionamento da sua instituição de pagamento (IP), a Superbid Pay Instituição de Pagamento, na modalidade emissor de moeda eletrônica.

De acordo com despacho publicado hoje no Diário Oficial da União, a IP da Superbid tem capital social de R$ 5,94 milhões e o controlador é Rodrigo Santoro, fundador e CEO da Superbid.

Desde o marco legal que permitiu o surgimento das instituições de pagamento (IPs), em 2013, a quantidade de pedidos de licença para operar com essa modalidade vem crescendo. De lá pra cá, foram 239 pleitos ingressados no BC, dos quais 149 foram decididos — hoje, mais de 60 companhias têm autorização para atuar como IP.

Warren avança no mercado de seguros

A gestora e corretora de investimentos Warren quer se aproximar dos corretores de seguros. Para isso, a fintech gaúcha desenvolveu um modelo de contrato para atrair esses profissionais, habilitando-os a oferecer os produtos das seguradoras SulAmérica, Icatu, Prudential, MetLife, MAG e Azos.

Segundo Yoran Netto, sócio e head de produtos Financeiros da Warren, nesta vertical de negócios B2B, o corretor é o cliente. “Conosco, ele atuará como co-corretor da Warren, em que já existe um relacionamento com importantes seguradoras. Ele contará com um back office pró-ativo de especialistas — o que é uma dor muito grande desse mercado”, disse, em nota.

A meta para esta nova frente de negócios da Warren é atrair mil corretores até o fim de 2023. “Ainda é tabu falar de seguro de vida no Brasil, o que gera um mercado subdesenvolvido em comparação a outros países: 15% da população brasileira é segurada, em comparação a 31% da média global. Os mais de 110 mil corretores registrados no Brasil, somando pessoas físicas e jurídicas, possuem um ótimo cenário para crescer e consolidar seu negócio — e a Warren estará ao lado deles”, afirmou.

*A seção Radar publica uma curadoria de notícias curtas e relevantes sobre aportes, operações de M&A, parcerias, lançamento de soluções, entre outras novidades que interessam ao mercado de fintechs.

Leia também:

Os números do Pix no Itaú e no Nubank; 180º Seguros traz advisor e mais

Conheça casos de uso possíveis com a iniciação de pagamentos

Pix faz dois anos com mais de R$ 1 trilhão em transações/mês

180º Seguros fecha novos contratos e vai acelerar crescimento em 2023