Por Hernán Corral*, exclusivo para o Finsiders
A utilização de serviços financeiros que não são operados por bancos tradicionais já é cada vez mais comum. Isso se deve especialmente à flexibilidade que as novas tecnologias e a inovação oferecem hoje em dia – fatores que devem se desenvolver ainda mais. Assim, quais serão as próximas tendências mais relevantes para melhorar a inclusão financeira?
Regulamentação moderna
Com a chegada de novos players ao mercado, nascem regulações para acompanhar as propostas. Com o intuito de proteger os consumidores e zelar pela estabilidade do sistema financeiro, regras mais modernas foram pensadas para que os novos serviços financeiros permitam a chegada de outras iniciativas ao setor, com soluções inovadoras que facilitem sua integração. Sem dúvida, essa é uma tendência que vai seguir crescendo e evoluindo junto do mercado e suas necessidades.
![Hernan Corra, cofundador da Pomelo. Foto: Divulgação](https://finsidersbrasil.com.br/wp-content/uploads/2023/03/Hernan-Corral-CPO-y-co-founder-Pomelo.jpg)
Pagamentos instantâneos
Outra tendência em destaque neste ano será o pagamento direto, com liquidez imediata para as empresas. Os Bancos Centrais de vários países da região estão começando a viabilizar a possibilidade de pagamento imediato da conta bancária de uma pessoa para a de um comerciante, na maioria das vezes por meio de um QR Code. A exemplo do Pix, no Brasil, que já gera mais transações do que os cartões de débito. Na Argentina, esse crescimento também é muito promissor. Esses novos sistemas de pagamento vieram para criar alternativas ao processo existente desenvolvido pela Visa e Mastercard, principalmente.
Cross-border
Devido à instabilidade econômica no mundo e principalmente na América Latina, com altas taxas de inflação nas moedas locais, muitas pessoas e empresas buscam refúgio em moedas como o dólar. Assim nasceu a tendência de abrir contas bancárias em outros países, como os Estados Unidos, e a necessidade de movimentar o dinheiro de forma mais rápida e fácil nessas transações. Hoje, a transferência internacional de valores pode ser demorada e cara, tornando o processo inacessível para muitas pessoas.
Por sua vez, as stablecoins, criptomoedas lastreadas em uma moeda forte, também poderão se tornar muito atrativas: elas podem simplificar a movimentação de dinheiro de um país para outro. Na Argentina, o uso de criptoativos para proteger patrimônio é cada vez mais comum. Com o aumento de empresas oferecendo carteiras cripto, ficou mais rápido e fácil realizar esse tipo de conversão. O próximo passo será a inclusão desses ativos no dia a dia da sociedade, com pagamentos via cripto, por exemplo.
Consolidação das fintechs
Vivemos em uma região com economia flutuante e incerta, cenário que sem dúvida dificulta a possibilidade de poupar e investir. Nesse contexto, o setor de fintechs, com seu modelo de negócios ágil e escalável, que permite enfrentar mudanças constantes, consegue resolver os problemas cotidianos de uma sociedade que exige soluções novas e eficazes.
A América Latina tem uma indústria com grande potencial e, com as tecnologias em desenvolvimento, o cenário é promissor. Com mais usuários, transações e investimentos, as inovações devem liderar a inclusão financeira de 450 milhões de pessoas desbancarizadas na região.
*Hernán Corral é cofundador da Pomelo, empresa latinoamericana de tecnologia financeira.
As opiniões neste espaço refletem a visão de founders, especialistas e executivo(a)s de mercado. O Finsiders não se responsabiliza pelas informações apresentadas pelo(a) autor(a) do texto.
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